Messi e Martínez levam a Argentina para os quartos-de-final

Argentinos marcam encontro com os Países Baixos após triunfo por 2-1 sobre a Austrália.

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Messi lá marcou três golos no Mundial 2022 Reuters/CARL RECINE

Aos 35 anos, Lionel Messi está no seu quinto Mundial e não terá mais nenhum – foi ele próprio que o disse, que este Qatar 2022 será o último. A Argentina conta com ele para chegar ao “tri” e Messi tem sido o líder de que a sua selecção precisa. Neste sábado, foi ele que abriu o caminho para os argentinos baterem a Austrália, por 2-1, e marcarem encontro com os Países Baixos nos quartos-de-final da próxima sexta-feira, naquele que será o sexto encontro entre as duas selecções em Mundiais – o mais recente foi nas meias-finais em 2014, o mais famoso foi a final de 1978, em que a Argentina foi campeã em casa. Messi fez tudo o que podia, mas quando foi preciso fechar a baliza, Emiliano Martínez, o guarda-redes, também se mostrou a grande nível.

Havia uma dose generosa de favoritismo para a Argentina neste confronto com estes australianos asiáticos (são da confederação asiática desde 2010), mas o que este Mundial tem mostrado é que não há vencedores antecipados. A própria Argentina já tinha estado do lado errado de uma das maiores surpresas (derrota com a Arábia Saudita), a Austrália deixou de fora destes “oitavos” a cotada Dinamarca. Um podia ter um dia muito mau, o outro podia ter um dia muito bom.

Até acontecer o primeiro golo, foram 35 minutos de jogo sem balizas, nem aproximações. Para os australianos, bem podia ser assim durante 120 minutos até tentarem a sorte nos penáltis, mas espera-se sempre muito mais de uma selecção que tem um dos melhores de sempre e um elenco de jogadores de topo.

E assim foi no momento do primeiro golo aos 35’. Messi recebeu a bola no lado direito, jogou com Mac Allister, dirigiu-se até à área e esperou. O médio do Brighton fez pontaria às pernas de Otamendi e o central do Benfica nem se mexeu. Deixou que Messi ficasse com a bola, para fazer aquilo que já fez centenas de vezes: calculou a trajectória entre as pernas australianas e dirigiu um passe para a baliza.

Um golo pela selecção numa eliminatória de Mundial era uma óptima forma de celebrar o 1000.º jogo oficial da sua carreira. Também quebrava uma espécie de maldição: este seu nono golo em Mundiais (o terceiro no de 2022) foi o primeiro que não surgiu na fase de grupos. E aproximava-se mais um pouco do maior goleador argentino em Mundiais, apenas precisando de mais um para igualar os dez de Batistuta.

O golo quebrou a resistência da Austrália, uma selecção que chegara até aqui graças à sua capacidade de resistência. E os australianos já não pareciam ter mesmo nada para dar quando, aos 57’, sofreram o 2-0. Matt Ryan, o guarda-redes, não soube lidar com a pressão feita por Rodrigo de Paul, a bola sobrou para Julio Álvarez e o homem do Manchester City só teve de encostar. Dois remates, dois golos, nenhuma oposição do adversário, o jogo acabou, certo?

Errado. A Austrália começou a ter um pouco mais de bola, alimentada pelo espírito do nada a perder, enquanto a Argentina achou que o jogo já tinha acabado. E aos 77’, Craig Goodwin, avançado do Adelaide United, voltou a ser feliz neste Mundial. Ensaiou um remate de fora da área, a bola bateu em Enzo Fernández e entrou na baliza de Martínez - foi o seu segundo depois de ter marcado à França. E logo a seguir, o irrequieto lateral Aziz Behich fez a sua melhor imitação de Maradona, deixou metade da equipa argentina para trás e só não fez o golo do empate porque Lisandro lhe tirou a bola antes de rematar.

Afinal, ainda havia jogo para jogar. A Argentina acordou e tentou segurar o tudo ou nada dos australianos. Messi criou duas oportunidades para Lautaro Martínez acabar com a eliminatória, mas o avançado do Inter falhou as duas, deixando a Austrália viva até ao final da compensação, em ataque continuado até ao último segundo. Foi num desses últimos segundos que Garang Kuol, jovem de apenas 18 anos, se viu sozinho na área argentina e atirou à baliza. O outro M importante da Argentina neste jogo, o guarda-redes Martínez, não deixou o jogo ir para prolongamento.

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