Há fantasmas nas máquinas pictóricas de Gabriel Abrantes

Na sua exposição individual, em Lisboa, o artista explora a relação entre a pintura e a inteligência artificial. Para nos confrontar com o que estamos a viver, libertando novos e velhos fantasmas.

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No seu atelier, as calças cobertas de tinta, diante de dois ecrãs Gabriel Abrantes (Chapel Hill, Carolina do Norte, EUA, 1984) desafia-nos: “Diz lá uma coisa para eu escrever ao DALL-E”. Que tal um pássaro azul, surrealista? Dois ou três toques no teclado e, como que por magia, quatro representações da criatura aparecem no ecrã. “São imagens que não existem e que o DALL-E inventou a partir de tudo o que se encontra on-line”, comenta, divertido, o realizador de Diamantino (2018). Neste momento, o leitor já se perguntará sobre a pertinência desta conversa. Pois bem, diz-nos algo acerca do processo de Nobody Nowhere exposição que se inaugura na próxima segunda-feira, 5 de Dezembro, às 22h, na galeria Francisco Fino, em Lisboa. Composta de novos trabalhos em pintura, a maioria de dimensões consideráveis, introduz um elemento inédito na obra de Gabriel Abrantes: o recurso à inteligência artificial. A novidade não é evidente — a materialidade da tela continua lá, teimosa — mas talvez possamos descortinar qualquer coisa que antes não existia.

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