Parlamento chumba gratuitidade dos manuais para alunos do privado

Só os alunos do ensino público e dos colégios com contratos de associação têm direito aos manuais gratuitos.

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PSD, Chega e IL acusam Governo de discriminação por só dar manuais aos alunos do sector público Nelson Garrido

A Assembleia da República chumbou, nesta sexta-feira, três projectos de lei, do PSD, Chega e Iniciativa Liberal, que propunham alargar a gratuitidade dos manuais escolares aos alunos dos estabelecimentos de ensino do sector privado e cooperativo.

Os diplomas contaram apenas com o apoio dos três partidos proponentes e a abstenção do PAN, recebendo os votos contra do PS, Bloco de Esquerda, PCP e Livre.

O tema já tinha dividido o Parlamento na quarta-feira, quando as iniciativas estiveram em discussão, com PSD, Chega e Iniciativa Liberal a argumentarem que a gratuitidade actualmente aplicada apenas às escolas públicas é discriminatória.

Os partidos consideraram também que deixar de fora os alunos dos colégios põe em causa a liberdade de escolha das famílias e a deputada do PSD, Sónia Ramos, chegou mesmo a defender que essa escolha deve ser não só respeitada, mas apoiada pelo Estado.

À esquerda, PS, Bloco de Esquerda e Livre responderam que o Estado tem a responsabilidade de assegurar a gratuitidade e universalidade do ensino obrigatório e que o faz através do sector público, enquanto o PCP acusou os proponentes de hipocrisia por não viabilizarem a gratuitidade dos livros de fichas de apoio, proposta pelo partido, mas reclamarem a dos manuais para o sector privado.

O PAN foi o único que se aproximou dos projectos de lei, com Inês de Sousa Real a sublinhar, na altura, que há famílias carenciadas que optam pelo ensino particular, mas não têm manuais escolares gratuitos e a considerar, por outro lado, que a medida pode ter um “carácter ambiental importante”, pela reutilização dos livros.

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