Tenerife: Muito mais a descobrir do que sol e Verão

Desengane-se quem pensa que Tenerife é só um destino de Verão. Durante todo o ano, motivos não faltam para descobrir a essência desta ilha das Canárias com “raízes” portuguesas.

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Sol, praia, resorts de qualidade, águas cálidas, boa gastronomia e um ambiente de festa contagiante: eis o maior cartão-de-visita de Tenerife, fazendo com que, todos os Verões, centenas de milhares de turistas procurem o território para repor energias. Mas há muito mais para descobrir nesta ilha que desperta emoções e surpreende com o seu património e tradições. Aqui encontrará hotéis e villas em locais especiais e com detalhes únicos, restaurantes de excelência e empresas de lazer que oferecem atracções, shows e actividades pensadas para quem escolhe apenas o melhor e o mais autêntico para suas férias.

Riqueza do património cultural

Tenerife é vida e diversidade ao longo dos 365 dias, desde logo a começar pela sua riqueza paisagística, afinal trata-se da maior ilha do arquipélago das Canárias, com 2 034 km². Refira-se, a título comparativo, que a ilha da Madeira tem uma área de 741 km² e São Miguel, a maior ilha açoriana, 744,6 km². É aqui, bem no coração de Tenerife, que se localiza o Teide, o vulcão mais alto de Espanha e do Atlântico, com 3.718 metros de altura. Integrado no Parque Nacional do Teide, classificado como Património Mundial pela UNESCO, é um verdadeiro hino à fauna e à flora, repleto de espécies raras — entre elas a violeta do Teide, flor roxa que só cresce a partir de 2.500 metros de altitude, ou o tajinaste vermelho, planta que chega a medir três metros de altura e que, na primavera, tinge as ladeiras do vulcão. Quase 50 por cento do território está classificado como área protegida.

Quanto à riqueza e diversidade natural de Tenerife parecem não restar dúvidas, o que poderá apanhar muitos desprevenidos é a vida, História e cultura das suas terras e das suas gentes. Mesmo quem não estiver interessado no mar, ou até mesmo no Teide, não dará o seu tempo por mal empregue, bem pelo contrário. A alma das suas cidades e vilas é surpreendente. Se é verdade que Santa Cruz de Tenerife, a capital, é uma cidade moderna, cosmopolita, com um centro repleto de bares, restaurantes, cafés, esplanadas, lojas de souvenirs, grandes marcas internacionais e obras arquitectónicas de referência — de nomes como Santiago Calatrava ou a dupla Herzog & Meurone — basta andar alguns quilómetros para encontrar locais que parecem ter ficado parados no tempo. No bom sentido do termo. No sentido de respeito pela História, pelo passado e pelo património. Localidades como La Orotava, Garachico, ou a cidade velha de La Laguna, primeira capital do país, também ela classificada como Património Mundial.​

Por toda a ilha encontra vestígios da influência portuguesa já que, fruto da sua localização estratégica, o arquipélago foi disputado por portugueses e espanhóis, ponto de paragem de navios lusos e destino de imigração. Uma herança que está bem presente até hoje, desde alguns pormenores arquitectónicos, até ao uso de expressões de origem lusitana - “gaveta” ou “tontura” são alguns dos exemplos -, passando pela gastronomia e produção de vinho.

Sabores únicos para desfrutar

E por falar em gastronomia, Tenerife é um destino imperdível para amantes de boa cozinha, desde a tradicional à mais requintada. A cozinha das Canárias é, por muitos, considerada a primeira cozinha de fusão europeia, pois nasce desta confluência de sabores entre o território europeu, africano e as “Américas”. Uma cozinha tradicional, com olhos na terra e no mar, mas ao mesmo tempo sem medo da experimentação. Puchero canario, Papas arrugadas con mojo ou gofio são algumas das iguarias típicas que vale a pena experimentar. Tudo regado com bons vinhos (provenientes de vinhas antigas), muitos deles únicos no mundo e com uma identidade bem vincada.

Para quem procura uma experiência gastronómica mais exclusiva, há uma constelação de restaurantes detentores de estrelas Michelin que convidam a sentar à mesa e desfrutar da cozinha criativa de chefs renomados.

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Tempo de festa: todos às ‘bodegas'

De um território (espanhol) com tanta vida e tanta História, não poderia faltar animação. Escusado será dizer que os festivais de música, celebrações, eventos e romarias mais tradicionais e emblemáticas decorrem ao longo de todo o ano. O Carnaval, que anima a ilha durante o mês de Fevereiro, é considerado um dos maiores, mais coloridos e concorridos do mundo. Mas por estes dias o destaque é a Fiesta de San Andrés, que se celebra oficialmente a 29 de Novembro, mas se estende até ao dia seguinte.​

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Uma festa religiosa, mas com um cariz profundamente popular e que é, na prática, uma comemoração da nova época de vinhos. As ruas, os bares e as ‘bodegas’ da ilha enchem-se de gente e de sorrisos para provar as novas colheitas. Mas não só. Há outras tradições e festas paralelas integradas neste dia de San Andrés. Em Puerto de la Cruz realiza-se Fiesta de los Cacharros, considerada a celebração mais barulhenta da ilha. Os habitantes juntam-se pela cidade arrastando latas e recipientes metálicos de forma a fazer o maior barulho possível. Já os habitantes de Icod de los Vinos descem as ruas do município em tábuas, ao melhor estilo de carrinhos de rolamentos, numa celebração intitulada Fiestas de las Tablas de San Andrés.

Festas autênticas, genuínas, que não são feitas a pensar nos turistas, mas onde estes são sempre bem recebidos. Tudo isto, com temperaturas superiores a 20 °C. Já a temperatura da água varia entre os 20 °C e os 25 °C. Até parece Primavera.

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