“Orgulhoso e privilegiado”, Carlos Queiroz despede-se do Irão

O treinador português deixou o cargo de seleccionador de futebol do Irão, após a equipa ter sido afastada do Mundial 2022, menos de três meses depois de voltar ao país.

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Final do jogo com os Estados Unidos LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O português Carlos Queiroz despediu-se esta quarta-feira do cargo de seleccionador de futebol do Irão, depois do afastamento do Mundial 2022, garantindo que sai “orgulhoso dos jogadores”, que “foram brilhantes dentro e fora de campo”.

“No futebol não existem vitórias morais, mas também não é imoral conseguir realizar sonhos, desde que se tenha dado o melhor com vontade e uma mentalidade vencedora”, escreveu Carlos Queiroz na sua conta no Instagram.

O treinador português garante estar “orgulhoso” dos jogadores, “que foram brilhantes dentro e fora de campo”, e acrescenta: “Foi uma honra e um privilégio fazer parte desta família do futebol que, acredito, merece total respeito e credibilidade do seu país e dos adeptos.”

Queiroz, que já tinha orientado o Irão entre 2011 e 2019, termina a mensagem desejando a todos “felicidade, paz, sucesso e saúde”.

Na terça-feira, a selecção do Irão foi eliminada do Mundial 2022 de futebol, depois de perder com os Estados Unidos, por 1-0, em partida da terceira jornada do Grupo B da competição.

O Irão, que foi goleado pela Inglaterra por 6-2 e se impôs ao País de Gales por 2-0, terminou o Grupo B na terceira posição, apenas à frente dos galeses.

Carlos Queiroz, de 69 anos, assumiu em Setembro passado o cargo de seleccionador do Irão, para orientar a equipa asiática na fase final do Mundial 2022, sucedendo ao croata Dragan Skocic.

No Qatar, Queiroz, que foi uma promessa eleitoral de Mehdi Taj, o novo presidente da Federação Iraniana de Futebol, orientou pela terceira vez a selecção do país em fases finais de Mundiais, depois de já o ter feito na Rússia, em 2018, e no Brasil, em 2014.

No Qatar, a selecção orientada por Carlos Queiroz protagonizou algumas polémicas, nomeadamente no primeiro jogo, antes do qual os futebolistas iranianos não cantaram o hino, como forma de apoio às vítimas das manifestações contra o governo daquele país.

Após o jogo com o País de Gales, a Federação Iraniana de Futebol queixou-se à FIFA das declarações do antigo futebolista alemão Juergen Klinsmann, considerando que as mesmas são lesivas do país, e pediu a sua demissão do grupo de estudos técnicos.

“Disse que no jogo Irão-País de Gales os jogadores ‘trabalharam’ o árbitro. Que isso não foi uma casualidade e que faz parte da cultura, da sua forma de jogar”, refere o Irão, justificando que Klinsmann quis dizer que os jogadores pressionaram o árbitro.

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