França-Austrália: primeiro o susto, depois a goleada

Os campeões do mundo começaram a perder, mas acabaram por fazer valer a qualidade. Giroud bisou e fez história.

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Olivier Giroud celebra o 2-1 frente à Austrália Abedin Taherkenareh/EPA

Uma França suficiente chegou para golear uma esforçada Austrália, por 4-1, na estreia das duas equipas no Mundial do Qatar. Mesmo assim, o encontro começou com um susto para os campeões mundiais, que se viram a perder logo aos 9’, antes da sua superioridade individual e colectiva tomarem conta do encontro.

Perder o melhor jogador do mundo por lesão dias antes de iniciar a defesa do título conquistado na Rússia há quatro anos, não terá sido o melhor presságio para o seleccionador Didier Deschamps. Até porque Karim Benzema veio juntar-se a outras ausências de vulto como Pogba, Kanté, Kimpembe ou Nkunku. Mas, olhando para a enorme lista de alternativas, a França continua a ser um dos principais, se não o principal, candidato à conquista do troféu no Qatar.

Firmes neste pedestal, os “bleus” não evitaram uma tremedeira na estreia frente à Austrália. Pouco ligada e menos concentrada, a França esbarrou com o bem organizado bloco australiano, que se mostrou intransponível na primeira fase do encontro. Para complicar tudo mais ainda para os franceses, os austrais desferiram um golpe inesperado logo aos 9’.

Numa transição rápida, os australianos adiantaram-se no marcador, deixando pelo meio mais uma baixa para Deschamps. Um passe longo para o lado direito do ataque é dominado por Leckie, deixando no chão um batido e lesionado Lucas Hernández, antes de cruzar para o pé esquerdo de Godwin bater Hugo Lloris. Tudo fácil.

Melhor marcador de sempre

Na equipa francesa, Lucas não recuperou e deu lugar ao seu irmão Theo Hernández que seria bem mais útil à equipa. Sem uma exibição colectiva propriamente de encher o olho, o talento individual dos franceses foi surgindo em crescendo a partir da meia hora do encontro.

O empate, aos 27’ –Theo encontrou a cabeça de Rabiot na área, na sequência de um canto -, ainda não tinha sido justificado, mas deu o mote para o que se seguiria. A Austrália tremeu e começou a cometer erros defensivos sucessivos, especialmente com a intensificação do ritmo imposto pelo adversário.

Cinco minutos após o primeiro, os franceses deram a volta ao resultado, tornando cada vez mais remota a esperança australiana inspirada pela Arábia Saudita que, horas antes, protagonizou a grande surpresa da prova, até ao momento, ao bater a super-favorita Argentina. Assistido por Rabiot, Olivier Giroud encostou para o segundo.

A vencer ao intervalo, a França regressou ao relvado para passear a sua superioridade e para dar palco à grande estrela da equipa. Após vários ensaios, Kylian Mbappé resolveu definitivamente o encontro aos 68’, num cabeceamento para as redes, a cruzamento de Dembélé. E três minutos depois, o avançado assistiria Giroud, dando contornos de goleada à partida.

Dois golos do atacante do AC Milan, que o tornaram no melhor marcador de sempre da selecção francesa, igualando a marca de 51 golos de Thierry Henry. Uma estatística onde Mbappé, com apenas 23 anos já ocupa o 10.º lugar, com 29 golos.

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