Tim Weah fez o que o seu pai nunca fez, mas isso não bastou aos EUA

Os norte-americanos estavam em vantagem a oito minutos dos 90’, mas Gareth Bale empatou para o País de Gales.

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Tim Weah Reuters/FABRIZIO BENSCH

Os Estados Unidos empataram o seu primeiro jogo na fase de grupos do Mundial 2022. Contra o País de Gales, que voltou a marcar presença a este nível após 64 anos de ausência, um golo solitário de Tim Weah pouco depois dos primeiros 30 minutos da partida, colocou os norte-americanos na frente do marcador quase até ao final do jogo. Só que um penálti indiscutível convertido por Gareth Bale repôs a igualdade.

Weah é um dos apelidos mais comuns na Libéria. Mas o de Timothy não é apenas mais um. O avançado da selecção dos EUA é o primeiro filho do actual presidente daquele país africano. E quem é o actual chefe de Estado liberiano? Nada mais, nada menos do que George Weah, um dos melhores futebolistas do mundo, que ganhou a Bola de Ouro em 1995, mas que nunca marcou presença na competição.

Nesta segunda-feira, Timothy Weah não só competiu num Mundial de futebol, como marcou um golo – isolado por Pulisic, o actual avançado do Lille inaugurou o marcador para a formação norte-americana (36’).

Os Estados Unidos foram melhores do que os galeses durante os primeiros 45 minutos. Mais intensos, velozes os jogadores norte-americanos justificaram a vantagem que tinham nas mãos ao intervalo. Mas a segunda parte foi totalmente distinta. O País de Gales fez uma substituição que mudou o curso da partida com Kieffer Moore a ocupar o lugar de Daniel James e com isso tomou conta do jogo, chegando ao empate numa falta indiscutível de Walter Zimmerman sobre Gareth Bale. Penálti que o experiente avançado não desperdiçou, fixando o resultado final.

Desfeita ficou a estreia de sonho de Tim Weah, nascido em Nova Iorque há 22 anos, que foi viver para França aos 14 anos e que aos 17 assinou um contrato profissional com o PSG, onde conquistou dois títulos de campeão gaulês.

Na selecção norte-americana, começou a destacar-se na equipa de sub-17, precisamente num Mundial, quando foi o autor de um “hat trick”, frente ao Paraguai, tornando-se no primeiro jogador a fazê-lo pela selecção do “tio Sam” numa fase a eliminar de uma competição da FIFA.

Nascido nos EUA, filho de mãe jamaicana e de pai liberiano e tendo ido morar para França ainda adolescente, Weah tinha condições de jogar por quatro selecções. Mas para o agora jogador do Lille a escolha foi sempre clara. “Obviamente que as minhas raízes são as minhas raízes. Mas eu cresci nos EUA. A minha família e os meus amigos estão lá. Comecei a jogar pela selecção quando tinha 12 anos, por isso nunca tive propriamente de escolher. A escolha esteve sempre feita”, explicou.

Só que a toda esta história opôs-se uma outra. A de Gareth Bale, melhor marcador da história do País de Gales (41) e o único jogador galês a marcar em Europeus e Mundiais. Bale, que actualmente alinha... nos EUA - é avançado dos Los Angeles FC - nem sequer fez um bom jogo perante os EUA, mas fez o que já tantas vezes fez com as cores da selecção nacional: marcou. E, garantiu que este Mundial do Qatar não terminará sem que o seu nome seja mencionado.

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