Governo fecha a porta a forças de segurança e militares em São Bento

Os militares e os agentes da PSP e GNR em protesto não conseguiram entregar ao primeiro-ministro o que pretendiam.

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Protesto junto à residência oficial do primeiro-ministro Daniel Rocha

Os militares e agentes de forças de segurança, que neste sábado se manifestam, desde às 15h, junto à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, não conseguiram entregar o documento nem a caixa simbólica das promessas vazias que pretendiam fazer chegar a António Costa. Chegados à porta da residência, ninguém a abriu. O governo fechou-lhes a porta.

A “carta” dirigida ao chefe do Governo (que estava na Covilhã num congresso federativo do PS) tinha três objectivos, tal como o PÚBLICO noticiou na sexta-feira: exigir uma negociação real com as associações da PSP e GNR que vá além da proposta de revisão salarial para a Função Pública; pedir uma negociação formal com as entidades representativas de oficiais, sargentos e praças no quadro da consagração de uma negociação colectiva nas Forças Armadas; e colocar em cima da mesa a questão da justiça salarial.

Os militares, os agentes da PSP e os guardas da GNR pretendem ainda ser encarados como cidadãos em uniforme e de corpo inteiro.

A concentração junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, foi organizada pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, estrutura que congrega os sindicatos e associações mais representativos do sector da segurança interna, e pelas associações das Forças Armadas Associação Nacional de Sargentos (ANS), Associação de Oficiais das Forças Armadas (APFA) e Associação de Praças (AP).

Fazem parte da CCP a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Associação Socioprofissional da Polícia Marítima, Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional e Associação Sindical dos Funcionários da ASAE.

Em comunicado, a CPP explica que “as estruturas presentes neste protesto representam os trabalhadores do Estado que usam farda em seu nome, para garantir a segurança pública e a defesa nacional” e pretendem com a concentração rejeitar “de forma clara os parcos aumentos salariais apresentados no Orçamento do Estado para 2023”.

Segundo o Ministério da Defesa Nacional, os militares vão ter aumentos mensais no próximo ano entre 52 e 104 euros. Por sua vez, os agentes da PSP e guardas da GNR em início de carreira e com salários brutos até aos 1163 euros vão ter aumentos entre os 90 e os 107 euros, depois a partir daí em todos os níveis remuneratórios haverá um aumento médio de 52 euros até aos 2.570 de remuneração e de 2% nos salários acima desse valor. com Lusa

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