Em meados dos anos 60, Pier Paolo Pasolini saiu por Itália fora para filmar um grande inquérito aos italianos, especialmente aos das classes populares e rurais, sobre uma variedade de temas, para uma espécie de grande fresco sociológico. Não foi o único cineasta italiano que por essa época teve uma ideia deste tipo, mas o filme que resultou do seu trabalho, Comizi d’Amore, é hoje o mais famoso — e se o vemos explicitamente citado em Futura (por um dos miúdos entrevistados) isso é uma espécie de reconhecimento implícito de que a démarche pasoliniana foi uma das inspirações para este filme realizado a seis mãos por Pietro Marcello, Alice Rohrwacher e Francesco Munzi.