Indonésia, EUA e UE reforçam parceria para promover infra-estruturas

Anúncio de grande investimento na Indonésia no âmbito de projecto que é uma alternativa à chinesa nova rota da seda foi feito à margem do G20.

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O Preisdente da Indonésia Joko Widodo, o Presidente dos EUA, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram uma nova parceria para mais investimento na transição energética Reuters

A Indonésia, anfitriã da reunião do G20, os EUA e a União Europeia anunciaram esta terça-feira um reforço do investimento num plano de infra-estrutura global que seja uma alternativa à iniciativa chinesa Nova Rota da Seda, um projecto essencial para a política externa da China iniciado em 2013.

Entre vários investimentos anunciados pelos EUA e UE, o destaque foi para um projecto na Indonésia que irá beneficiar de um investimento de 20 mil milhões de dólares (19,8 mil milhões em euros) vindos de fontes públicas e privadas.

O plano de infra-estrutura global foi acordado e apresentado em 2021, num encontro dos países do G7, com a ideia de ter uma rede de infra-estrutura alternativa à da China promovida pelas grandes democracias do mundo com qualidade elevada e transparência.

Algum do investimento da China, declarou na altura um responsável dos EUA, é marcado por “falta de transparência, baixos padrões ambientais, más condições de trabalho, e abordagem coerciva”. Esses problemas ficaram visíveis em projectos até na Europa, como por exemplo numa auto-estrada no Montenegro, parte da Nova Rota da Seda, em que a China fez um empréstimo predatório para a obra (que entretanto ficou inacabada, mas cuja construção causou problemas ambientais).

Ter “infra-estrutura de qualidade é essencial para o desenvolvimento dos países, cadeias globais de abastecimento, segurança económica e nacional, e a saúde e bem-estar do planeta e das pessoas de todo o mundo”, afirmaram os três países em comunicado. Focando-se em países de baixo e médio rendimento, a ideia é ainda conter a influência da China em África, na Ásia e na América Latina.

Os três responsáveis anunciaram agora em Bali o projecto novo na Indonésia: a Parceria para transição Energética Justa, que conta ainda com a participação do Japão em nome do G7 e de países incluindo o Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Noruega e o Reino Unido. Apresentando como uma “parceira de longo prazo”, o objectivo é acelerar a transição do sector energético da Indonésia.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse que os países do G20 sublinharam a importância de investir “juntos e de modo mais forte para suprir as necessidades enormes de melhores infra-estruturas”, um investimento que virá de “governos, sector privado e não só”. O projecto “irá trazer resultados reais a pessoas por todo o mundo, incluindo aqui na Indonésia”.

O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, congratulou-se com a parceria, e disse que “se orgulha” de participar e promover a iniciativa global também enquanto país que tem a presidência da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) no próximo ano.

A importância geoestratégica do projecto foi sublinhada do lado da Comissão Europeia pela presidente Ursula com der Leyen, que sublinhou esta faceta “numa era de competição estratégica”. “Junto com outras democracias, oferecemos parcerias de infra-estruturas assentes em valores, com padrões de qualidade elevados, e transparentes a países de baixo e médio rendimento”. O lançamento da parceria com a Indonésia “é um exemplo muito importante”, afirmou.

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