Portugal a um empate do Mundial 2023 de râguebi

A selecção portuguesa de râguebi derrotou o Quénia, por 85-0, na segunda jornada do torneio quadrangular que vai decidir quem é o 20.º e último país a apurar-se para o Campeonato do Mundo de França.

Foto
O ponta Vincent Pinto marcou dois ensaios contra o Quénia DR

De forma muito mais simples do que seria expectável, Portugal cumpriu neste sábado, no Dubai, o seu objectivo de somar o segundo triunfo no torneio de qualificação para o Campeonato do Mundo de râguebi de 2023, que será disputado em França.

Após vencer Hong Kong, por 42-14, a selecção nacional marcou 13 ensaios frente ao Quénia e, com a segunda vitória mais dilatada da sua história (85-0), garantiu que se empatar na próxima sexta-feira frente aos Estados Unidos, marcará pela segunda vez presença na mais importante competição da modalidade.

Depois de alcançarem uma vitória com uma exibição convincente frente a Hong Kong, o segundo dos três rivais dos “lobos” na luta pela 20.ª e última vaga para o Mundial, que será disputado entre 8 de Setembro e 21 de Outubro do próximo ano, era, em teoria, o mais frágil.

Com uma equipa muito jovem e sem as suas estrelas que competem nos sevens, o Quénia, na estreia frente aos Estados Unidos, ainda tinha conseguido oferecer alguma resistência inicial, fraquejando na segunda parte, o que permitiu que os “eagles” concluíssem o jogo com uma vitória por larga margem: 68-14.

Porém, contra Portugal, a resistência africana foi quebrada em poucos segundos. Mesmo mudando mais de metade da equipa inicial em comparação com o jogo de Hong Kong – ficaram de início de fora jogadores importantes como Francisco Fernandes, Hasse Ferreira, David Wallis, Rafael Simões, Raffaelle Storti, Rodrigo Marta e Nuno Sousa Guedes -, o “XV” nacional entrou a todo o gás e, aos 42 segundos, já tinha marcado o primeiro ensaio: após um alinhamento a cinco metros, Thibault Freitas fez o toque de meta.

Sem que o Quénia mostrasse qualquer capacidade de reacção, pouco depois, nove ensaio, usando a mesma arma: alinhamento seguido de maul e o talonador Mike Tadjer fez o seu primeiro ensaio no Dubai.

Com o jogo a ser quase de sentido único, o Quénia aproveitou um erro português para estar perto do ensaio – o lance foi invalidade por haver um toque para a frente -, mas, na jogada seguinte, Cardoso Pinto recebeu a bola ainda no seu meio-campo e, bem ao seu estilo, só parou depois de ultrapassar a linha de ensaio: 21-0.

A apenas um ensaio de conseguirem o ponto de bónus ofensivo (quatro ou mais ensaios marcados), os “lobos” mantiveram o ritmo alto, procurando circular a bola a toda a largura do terreno, e, aos 22’, chegaram ao quarto ensaio - meta que os norte-americanos só atingiram contra o Quénia no segundo tempo -, marcado por José Lima.

A partir daí, a selecção portuguesa reduziu a intensidade - a temperatura no Dubai era superior a 30 graus -, mas, antes do intervalo, novamente após um alinhamento a cinco metros, os avançados soltaram a bola para o ponta Vincent Pinto, que fez o quinto ensaio da partida.

Com 35-0 ao intervalo e a vitória garantida, Portugal entrou para os últimos 40 minutos determinado a somar o maior número de pontos possíveis para ganhar vantagem sobre os Estados Unidos para a última jornada, e a tarefa portuguesa ficou ainda mais simplificada após o segunda-linha queniano Brian Juma ver o segundo cartão amarelo apenas 48 segundos depois do regresso dos balneários.

A partir daí, com menos um, o Quénia tornou-se uma presa muito fácil para Portugal. Num ápice, com mais cinco ensaios (Mike Tadjer, Vincent Pinto, Rebelo Andrade e Tomás Appleton, por duas vezes), a equipa nacional chegou aos 66-0, aos 60 minutos.

Pouco depois, surgiu a única má notícia da partida para os portugueses - Cardoso Pinto abandonou o relvado, aparentemente com uma lesão muscular -, mas, de forma natural e sem precisar de manter uma consistência elevada, o “XV” português fez mais três ensaios (ensaio-penalidade, João Belo e Lionel Campergue), fechando a contagem em 85-0, a segunda maior vitória da história dos “Lobos” – em 2019, Portugal derrotou a República Checa, por 93-0.

Com esta vitória, a selecção nacional termina a segunda jornada do torneio de qualificação com dez pontos, e tem vantagem no confronto directo com os Estados Unidos, que neste sábado bateu Hong Kong, por 49-7.

Assim, se na próxima sexta-feira Portugal vencer ou empatar com os “eagles”, garante pela segunda vez a qualificação para a fase final de um Campeonato do Mundo de râguebi.

Sugerir correcção
Comentar