Pepe está recuperado e com porta aberta para o Mundial 2022

Os 26 convocados da selecção para o torneio que decorrerá no Qatar são anunciados nesta quinta-feira. António Silva bem colocado para ser chamado.

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Pepe soma 128 jogos pela selecção portuguesa LUSA/RODRIGO ANTUNES

Há quatro anos e meio, foram 35 os jogadores pré-seleccionados para o Mundial de futebol da Rússia. Nessa altura, Fernando Santos teve de fazer uma triagem mais curta, para os 23 eleitos, mas esta tarde (17h30) serão 29 os nomes a riscar da lista inicial elaborada pelo seleccionador nacional. E será um exercício feito num contexto em que alguns dos pesos-pesados de outras campanhas têm competido bem menos do que seria expectável.

Os problemas não se resumem aos efeitos da lesão de Pepe. O central do FC Porto, que não compete desde o início de Outubro (entorse no joelho esquerdo), tem sido uma das pedras basilares da selecção nacional, não só nas etapas de qualificação, mas nos grandes palcos internacionais. A três meses de celebrar 40 anos, e apesar de um longo período de paragem, ao que o PÚBLICO apurou o jogador estará recuperado da lesão e terá mesmo fortíssimas possibilidades de ser, mais uma vez, convocado.

No sector defensivo, Diogo Dalot e João Cancelo estão na pole position para o lado direito, o mesmo acontecendo com Raphael Guerreiro e Nuno Mendes para a ala esquerda. No eixo, é público que Danilo Pereira conta para Fernando Santos essencialmente como central, residindo a principal dúvida na chamada de António Silva. O jovem central do Benfica (19 anos) está muito bem posicionado e estará mesmo em vantagem sobre José Fonte ou Domingos Duarte, o que significa que parte com sérias hipóteses de se estrear numa convocatória da selecção A. E logo no lote de eleitos para um Campeonato do Mundo.

Sem lesões, mas com uma época tremendamente atribulada, também Cristiano Ronaldo surge em cena com muito menos protagonismo do que habituou os adeptos a assumir. Na presente temporada, acumula 1050 minutos no Manchester United, com presenças em 16 jogos, 10 dos quais como titular. Soma três golos marcados, um pecúlio modesto para a sua bitola, mas essa não será a preocupação maior de Fernando Santos: a ausência da pré-época e o recente desentendimento com o treinador, que o deixou um par de dias a treinar-se à parte da equipa principal, nada contribuíram para a estabilidade do rendimento que tem mostrado noutras épocas e levantam dúvidas sobre o peso que poderá ter na selecção nesta fase final.

E se Cristiano, aos 37 anos, tem estado longe dos números (e da aura) que foi construindo ao longo da carreira, no ataque português os problemas poderão agudizar-se com o baixo índice de utilização de João Félix no Atlético Madrid (727 minutos) e de Gonçalo Guedes no Wolverhampton (696), a que se junta a lesão irrecuperável de Diogo Jota.

No meio-campo, e olhando também para as escolhas feitas para o Euro 2020, há dois médios em posição mais delicada: Sérgio Oliveira, que já não fez parte dos convocados para a última Liga das Nações, e Renato Sanches, cuja tentativa de afirmação no meio-campo do PSG tem sido prejudicada pelas lesões (e já foram duas nesta época).

Determinante no Euro 2016, o todo-o-terreno de 25 anos só perfez 426 minutos em 2022-23 com a camisola dos parisienses, pelo que Fernando Santos decidirá, em princípio, entre Renato Sanches e Matheus Nunes, que tem sido opção bem mais regular no Wolverhampton, para uma das vagas no meio-campo. Outra delas deverá mesmo ser atribuída a João Mário, a atravessar a melhor fase da carreira, opção permanente num Benfica em alta e um jogador com larga experiência no espaço da selecção.

Na baliza, Diogo Costa e Rui Patrício terão lugar cativo, com ascendente do guarda-redes do FC Porto nesta altura, ficando em aberto a terceira vaga. Anthony Lopes, escolha de outras “batalhas” para o seleccionador, ou José Sá, que tem feito um percurso em crescendo desde que deixou a Liga portuguesa? Logo à tarde, chegarão todas as respostas.

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