Desemprego sobe para 5,8% no terceiro trimestre

Apesar da degradação da taxa de desemprego, a população empregada aumentou e ficou acima de 4,9 milhões de pessoas.

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Rui Gaudencio

Depois de, no segundo trimestre, ter recuado para os 5,7%, a taxa de desemprego aumentou ligeiramente para 5,8% no terceiro trimestre do ano. Apesar disso, os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o emprego continua a resistir e aumentou tanto na comparação com o trimestre anterior como em relação ao ano passado.

“A taxa de desemprego foi estimada em 5,8%, valor superior em 0,1 pontos percentuais ao do segundo trimestre de 2022 e inferior em 0,3 pontos percentuais ao do terceiro trimestre de 2021”, refere o INE, acrescentando ainda que a população empregada teve um acréscimo de 2,3% face ao trimestre anterior e uma diminuição de 4,1% em comparação com o período homólogo do ano passado, fixando-se em 305,8 mil pessoas.

O desemprego jovem continua a ser muito superior ao desemprego global e teve, no período em análise, uma evolução semelhante.

Assim, a taxa de desemprego de jovens dos 16 aos 24 anos fixou-se em 18,8% — o que representa mais 3,2 vezes do que a taxa global —, tendo aumentado 2,1 pontos percentuais face ao trimestre anterior e recuado 3,8 pontos percentuais face ao trimestre homólogo.

O desemprego de longa duração (há 12 ou mais meses) continua a representar uma fatia significativa da população desempregada, 42,1%, tendo recuado 8,8 pontos percentuais em relação ao trimestre precedente e 6 pontos percentuais face a 2021. Esta evolução ficou a dever-se à diminuição verificada nas mulheres, no grupo etário dos 16 aos 24 anos e entre as pessoas que completaram o ensino superior.

A subutilização do trabalho — um indicador que dá uma ideia mais abrangente do mercado de trabalho porque agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inactivos disponíveis e não disponíveis — abrangeu 603,1 mil pessoas.

A taxa de subutilização do trabalho foi estimada em 11,2%, mantendo-se inalterada em relação ao trimestre anterior e registando um decréscimo de 0,7 pontos percentuais por comparação com o período homólogo.

4,929 milhões de pessoas empregadas

Apesar da degradação do indicador do desemprego, o INE dá conta de um aumento da população empregada tanto em relação ao trimestre anterior quanto na comparação com 2021. No terceiro trimestre do ano, havia 4,929 milhões de pessoas empregadas, mais 0,6% (27,3 mil) do que no segundo trimestre e mais 1% (51 mil) do que no ano passado.

A variação homóloga deste indicador, refere o instituto estatístico, resultou do acréscimo do número de mulheres empregadas (1,2%); de pessoas dos 55 aos 64 anos (4,6%) e com ensino secundário ou pós-secundário (2,8%).

Há também a registar aumentos do emprego no sector da indústria, construção, energia e água (4,8%), nomeadamente nas actividades de construção (8,9%), que representaram 47,4% da variação deste sector.

Os trabalhadores por conta de outrem (2,1%), com contrato sem termo (2,9%) e a tempo completo (1,5%) também contribuíram para o aumento do emprego no último ano.

O INE dá ainda conta de uma redução da proporção da população empregada que esteve em teletrabalho. No terceiro trimestre, 17% (836,7 mil pessoas) afirmaram ter trabalhado a partir de casa com recurso a tecnologias de informação e comunicação, menos 2,6 pontos percentuais do que no segundo trimestre de 2022.

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