Morreu Gal Costa, uma das maiores vozes da música brasileira, aos 77 anos

A causa da morte é, para já, desconhecida. A cantora foi operada em Setembro e desde aí ainda não tinha regressado aos palcos, mas já tinha datas marcadas para uma digressão em Dezembro e Janeiro.

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Cantora brasileira Gal Costa morreu nesta quarta-feira aos 77 anos BOB WOLFENSON/SONY MUSIC

A cantora brasileira Gal Costa morreu nesta quarta-feira aos 77 anos, segundo confirmou a equipa da artista. A causa da morte é, para já, desconhecida, mas Gal Costa estava a recuperar de uma cirurgia e só voltaria aos palcos no final deste mês.

A cantora ia actuar no festival Primavera Sound, que se realizou em São Paulo neste fim-de-semana, mas a actuação acabou por ser cancelada pouco antes do concerto. De acordo com a equipa da cantora, Gal Costa precisava de se recuperar depois de ter retirado um nódulo da fossa nasal direita e deveria ficar fora dos palcos até ao final de Novembro, por recomendação médica.

A cantora foi operada em Setembro, pouco depois de um concerto noutro festival de música em São Paulo, o Coala. Desde aí, não tinha regressado aos palcos, mas já tinha datas para a digressão As Várias Pontas de Uma Estrela, marcada para Dezembro e Janeiro.

Gal Costa, Gilberto Gil e Nando Reis durante uma conversa com o PÚBLICO em 2017, antes de uma série de concertos em Portugal, onde tocaram a canção inédita "Tocarte" Imagem e edição: Vera Moutinho e Carolina Pescada

Nascida Maria da Graça Costa Penna Burgos, em Salvador, na Bahia, em 1945, Gal Costa sempre foi incentivada pela mãe a seguir carreira na música. Já o pai, que morreu durante a adolescência da artista, foi uma figura ausente.

No começo da vida adulta, trabalhou ao balcão de uma loja de discos na capital baiana, a Roni Discos, uma das principais da cidade. No início dos anos 1960, foi apresentada a Caetano Veloso, encontro a partir do qual foi criado um vínculo pessoal a artístico que duraria até à sua morte.

Gal foi uma revolução das vozes e dos costumes na música brasileira desde o seu aparecimento na cena nacional, nessa mesma década. Aproximou-se ainda adolescente dos também baianos Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil, com quem integraria o grupo conhecido como Doces Bárbaros, responsáveis mais tarde por um disco definidor da década de 1970.

A cantora tinha pouco mais de 20 anos quando teve uma participação no álbum Tropicália ou Panis et Circencis, pedra fundamental do movimento tropicalista. Pouco depois, em 1971, fez um dos espectáculos de maior repercussão da história da música popular brasileira, o Fa-Tal, que também viria a tornar-se um álbum de culto.

Exclusivo PÚBLICO/Folha de São Paulo

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