Donald Trump promete “um grande anúncio” para 15 de Novembro

Especulação sobre anúncio após as eleições intercalares tem vindo a aumentar. Uma associação de defesa na transparência na política já anunciou que vai contestar a candidatura se ela for concretizada.

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Donald Trump no comício em Dayton, Ohio GAELEN MORSE/Reuters

O ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump prometeu fazer “um grande anúncio” a 15 de Novembro. “Em 2024 vamos recuperar a nossa magnífica Casa Branca”, disse, na noite de segunda-feira, durante um comício de campanha no Ohio.

Trump tem vindo a mencionar a possibilidade de uma nova candidatura à Casa Branca, especulando-se que seria feita a seguir às eleições. Em resposta a esta especulação, foi na semana passada anunciada uma contestação a uma possível candidatura do ex-Presidente.

A organização CREW, de defesa da transparência na política, alegou, numa carta divulgada na quinta-feira, que a Constituição dos Estados Unidos impede Trump de se candidatar a cargos públicos – incluindo ao de Presidente dos EUA –, devido ao seu envolvimento na invasão do Capitólio.

Trump mencionou o anúncio num discurso de quase duas horas no Ohio, em que criticou o actual Presidente, Joe Biden, e pintou um retrato muito negativo do país, apelando ao voto no Partido Republicano.

Um país onde os preços em alta “estrangulam as famílias”, onde “o crime violento está fora de controlo” e onde a extrema-esquerda “endoutrina as nossas crianças”​, alegou Trump, de 76 anos.

“Não queremos que nada diminua a importância de amanhã [esta terça-feira]”, disse ainda Trump, referindo-se às eleições intercalares, em que os republicanos são favoritos para conquistar o poder nas duas câmaras do Congresso, o Senado (mais disputado pelos democratas) e a Câmara dos Representantes.

A média ponderada das sondagens realizadas pelo site FiveThirtyEight indica que os republicanos têm 55% de hipóteses de conquistar o poder no Senado e 84% de reconquistar a Câmara dos Representantes.

Segundo o jornal Politico, muitos republicanos pediram ao ex-Presidente que esperasse pelas eleições, nas quais toda a Câmara dos Representantes e um terço do Senado serão renovados, assim como os governadores de 36 estados e três territórios, para fazer um anúncio.

“Para que o nosso país seja bem-sucedido, seguro e glorioso, muito, muito, muito provavelmente farei isso [concorrer à Casa de Branca] de novo”, salientou o magnata republicano num comício a 4 de Novembro em apoio ao senador Chuck Grassley.

Nesse comício, Trump voltou a insistir que em 2020, o ano em que o democrata Joe Biden conquistou a Casa Branca, foi o verdadeiro vencedor. Nestas eleições, há quem tema que a lentidão na contagem dos resultados em alguns estados com corridas eleitorais muito disputadas e potencialmente decisivas para a maioria no Senado, como na Pensilvânia, possa ser instrumentalizada para fazer alegações de irregularidades na contagem e fraude.

Três dias depois, numa outra acção de campanha na Florida, em apoio ao senador Marco Rubio, voltou a deixar sinais de que pretende concorrer ao cargo em 2024, sem especificar a possível data. “Fiquem atentos”, declarou simplesmente.

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, evitou comentar este possível anúncio. “Não é da nossa conta. O que o ex-Presidente faz ou deixa de fazer não é algo em que estejamos focados”, realçou, em conferência de imprensa.

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