FC Porto derruba dique pacense logo ao primeiro sopro

Paços de Ferreira ultradefensivo não resistiu às elevadas temperaturas do Dragão, que desde muito cedo viu a equipa da casa começar a construir um triunfo robusto.

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LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

Animado pelo primeiro lugar do grupo B na Liga dos Campeões, o FC Porto recuperou este sábado, no Dragão, a alegria de vencer no campeonato, reagindo com uma goleada (4-0) sobre o Paços de Ferreira ao empate dos Açores. Um triunfo que devolve, à condição, a vice-liderança na Liga, com 26 pontos, a cinco do líder.

Evanilson, com um bis (4 e 39'), e Taremi (31') colocaram a fasquia demasiado elevada para o último classificado do campeonato, que ajudou à festa com um golo na própria baliza (55'), acabando a tarde a tentar evitar o descalabro total, com os portistas a desperdiçarem inúmeras ocasiões para construírem um resultado ainda mais robusto.

Para desmontar a coriácea estratégia pacense — assente numa linha de cinco defesas e num meio-campo solidário, que oportunamente dispensava Uilton e Koffi para o apoio a Gaitán nas tentativas de saída —, Sérgio Conceição jogou uma cartada decisiva, ao libertar Pepê para funções que exigiam visão e criatividade.

Com Otávio à direita, Pepê à esquerda e Uribe de regresso para proteger as incursões de Eustáquio, o FC Porto precisou de menos de quatro minutos para puxar o tapete aos pacenses. O internacional canadiano serviu Evanilson e o brasileiro, com uma finalização acrobática, mostrou a eficácia do “dragão”.

O panorama não era famoso para o “lanterna vermelha” do campeonato, apenas com dois pontos averbados e sem memórias felizes das deslocações ao reduto do FC Porto.

Ainda assim, os “castores” tiveram uma incrível oportunidade para dissiparem as nuvens, com Koffi a ganhar a linha e a cruzar para a entrada de Juan Delgado, a quem faltou arte e engenho para empatar o encontro, num lance irrepetível.

Em desvantagem, a precisar de alterar as coordenadas ofensivas e aliviar o dispositivo ultradefensivo, o Paços de Ferreira ia mantendo o mesmo quadro, na esperança de um lance como o que Delgado esbanjou. Uma postura que se revelou inútil quando Taremi inventou, num momento de inspiração, o segundo golo dos campeões nacionais.

O Paços de Ferreira tentava ajustar-se à saída forçada de Ilori, lesionado, instantes antes. Mas a eficácia portista, que dois remates de Wendell e Eustáquio poderiam ter sublimado, não dava hipóteses à equipa de José Mota, vergada a novo golo de Evanilson antes do intervalo. O brasileiro agradeceu a generosidade de Pepê, que até poderia ter marcado, mas optou por oferecer o bis ao companheiro.

Sem nada a perder, os visitantes tiveram mesmo que arriscar mais na segunda parte, com José Mota a sacrificar dois defesas e a apostar no médio suíço Bastien Toma e no avançado espanhol Adrián Butzke.

Com Marcano a relegar David Carmo para o banco, enquanto Rodrigo Conceição ocupava o espaço deixado por Pepê, o FC Porto respondeu com novo golo, obtido na sequência de um cruzamento de Evanilson que Juan Delgado desviou para a própria baliza.

A partir daí nada mais havia a fazer, pelo que se intensificaram as investidas portistas à área pacense, já com Galeno a pressionar um adversário perdido na narrativa e na teia de um jogo em que nunca conseguiu mostrar argumentos para sair da zona mais negra da classificação.

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