Montenegro aponta como “grande prioridade” criar programa de captação de imigrantes

O líder do PSD salientou a necessidade de “um verdadeiro pacto nacional” para “atracção de mão-de-obra, de pessoas, e quanto mais novas, melhor”.

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Luís Montenegro esteve com Rui Moreira na Associação Comercial do Porto LUSA/FERNANDO VELUDO

O presidente do PSD defende como “grande prioridade” para o médio prazo criar um “verdadeiro programa nacional” de captação, acolhimento e integração de imigrantes para fazer face à crise demográfica em Portugal.

“Do meu ponto de vista, se tivesse que vos elencar a grande prioridade que eu vejo no médio prazo, eu investiria em conseguir, enfim, de alguma maneira de desenhar e ter depois o apoio social e político para o incrementar um programa [de captação de imigrantes] desta envergadura”, apontou Luís Montenegro, no Porto, a discursar num jantar da Associação Comercial da cidade.

O líder do PSD salientou que, “se não houver um verdadeiro pacto nacional para se poderem nos próximos anos desenvolver mecanismos de atracção de mão-de-obra, de pessoas, e quanto mais novas, melhor”, a questão não se vai resolver por “obra mágica de alguém”. “Por isso eu tenho defendido (...) Nós temos de não perder mais tempo em definir, criar, implementar um verdadeiro programa nacional de captação, acolhimento e integração de imigrantes”, disse.

A Demografia, para o líder do PSD, “é um problema” que se “está a negligenciar” em Portugal ao qual é preciso dar atenção. “Nós não vamos ter outra saída nos próximos 20, 30 anos, que não seja conseguirmos atrair mão-de-obra qualificada, fixar o talento que somos capazes de criar, mas depois captar talento, atrair talento, atrair pessoas de várias qualificações para poderem hoje suprir as necessidades de mão-de-obra que são transversais a todos os sectores de actividade”, alertou.

O futuro de Portugal passa também, segundo Luís Montenegro, pela capacidade de gerar riqueza, algo que acusou o PS de não estar a conseguir, apesar ser um partido “hoje quase hegemónico do ponto de vista da sua amplitude de intervenção”.

“É o partido dominante, é o partido que detém efectivamente o poder de conduzir a governação que detém uma maioria absoluta no Parlamento, que detém a maior representação no Parlamento Europeu, que detém o maior número de presidências da Câmara Municipal, que detém o maior número de presidências das juntas de freguesia e que detém, a maior parte dos sectores da administração desconcentrada e também da administração centralizada em Portugal”, descreveu.

No entanto, disse, “a verdade é que, infelizmente, hoje o quadro é um quadro de empobrecimento generalizado do país e não é por causa da pandemia e não é por causa da guerra”. Por isso, Montenegro voltou a insistir que o PS “não está a conseguir ser merecedor da confiança que lhe foi depositada”.

“É verdade também que nos últimos meses a situação se agravou muito e agravou se de tal maneira que nós temos a sensação que o Governo, que foi investido há cerca de meio ano, ganhou eleições ainda não fez um ano, parece que já está em fim de mandato, em final de ciclo, como se costuma dizer, tal é a incapacidade de mudar as coisas”, apontou.

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