Rogério de Carvalho reencontra Fassbinder

Muitos anos depois de O Paraíso Não Está à Vista, o encenador volta a trabalhar sobre a obra do cineasta alemão. O Medo Devora a Alma está em Almada até 27 de Novembro.

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Rogério de Carvalho confia muito na palavra. Sabe que é a sua matéria-prima essencial enquanto encenador, e que tem por missão mostrá-la em toda a sua limpidez, preenchendo os espaços em volta sem lhe roubar o protagonismo. E a palavra de Rainer Werner Fassbinder, que já lhe inspirara um espectáculo inscrito na história do teatro português – O Paraíso Não Está à Vista, levado à cena pelo Maizum Teatro em 1984 –, atrai-o sobretudo pela clareza e pela “intensidade que põe nas acções praticadas”. Depois, claro, como acontece agora em O Medo Devora a Alma, que esta noite se estreia no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, onde fica até dia 27, Fassbinder estimula-lhe este desafio concreto de transformar um texto nascido para o cinema numa linguagem teatral que pede ao espectador para ver também através, precisamente, da palavra.

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