O essencial da entrevista do PÚBLICO com Greta Thunberg

A estudante de 19 anos continua a ser a figura que representa a luta das gerações mais jovens contra a inacção climática – e ainda faz greve pelo clima todas as sextas-feiras, na Suécia. “As mudanças de que precisamos para evitar as piores consequências não virão dos políticos”, assevera, em entrevista por videochamada com o PÚBLICO. Tem de haver “gente suficiente a exigir a mudança”.

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Aos 15 anos, Greta Thunberg faltou pela primeira vez às aulas para fazer greve pelo clima e para se sentar em protesto na porta de entrada do parlamento sueco. Na altura, não podia desconfiar que seria essa sua ausência que a faria ser catapultada para a fama em poucos meses. Por todo o mundo, milhões de crianças e adolescentes seguiram-lhe os passos, faltando à escola para lembrar quem está no poder de que o planeta está a mudar por nossa causa – e que as consequências não serão brandas.

A activista ambiental acredita que ter sido diagnosticada com autismo foi uma “dádiva” que a impediu de fechar os olhos à crise climática. Quando se apercebeu dos efeitos das alterações climáticas, só lhe restavam duas opções: “O desespero ou a acção”.

Desde aí, foi várias vezes nomeada para Prémio Nobel da Paz, foi capa da revista Time enquanto personalidade do ano, venceu o Prémio Gulbenkian para a Humanidade. Apesar de já ter participado em muitas conferências climáticas ao longo destes últimos anos, não estará presente na próxima Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas – a COP27, que se realiza em Novembro no Egipto.

As críticas são muitas: estas conferências “não estão feitas para criar mudanças profundas nem duradouras” e há activistas que têm de ser mais ouvidos do que ela. Dessa cimeira, a melhor notícia que poderia ter era que “as pessoas se indignassem com a inacção”. Reconhecer que estamos numa situação de emergência por causa das alterações climáticas seria o primeiro passo, diz Greta Thunberg. “E ainda não estamos nesse ponto.”

Entrevista completa: