Hu Jintao saiu, entrou a nova China

A encenação de Hu Jintao pretendeu marcar o fim da era política pragmática e orientada para a economia que se iniciou com Deng Xiaoping. E foi, sobretudo, um aviso ao próprio Partido Comunista Chinês.

Cair em desgraça, na China, envolve normalmente encenações operáticas. No país onde o maior pensador, Confúcio, se debruçou sobre a relevância dos ritos, as quedas em desgraça também são ritualizadas. Podem ser violentas, podem ser risíveis, podem ser ambas. Wang Guangmei, mulher do presidente da China Liu Shaoqi, foi publicamente humilhada durante a Revolução Cultural numa sessão onde lhe colocaram um gigante colar de bolas de pingue-pongue como castigo pelo uso de um colar de pérolas (esse decadente hábito burguês) num jantar com Sukarno numa visita oficial com o marido à Indonésia. Lin Biao foi ainda mais espetacular: o avião em que fugia para a União Soviética com a mulher e o filho, depois de afrontar Mao, despenhou-se na Mongólia.

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