Bispo do Porto assume que não foi “feliz” nas declarações sobre abusos na Igreja

D. Manuel Linda pediu desculpa às vítimas que podem ter-se sentido “feridas” com as declarações sobre abuso de menores.

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Bispo do Porto admite que pode ter tornado “incompreensível” a sua posição sobre abuso de menores Manuel Roberto

O bispo do Porto, D. Manuel Linda, assumiu esta terça-feira não ter sido “feliz” quando afirmou que o abuso de menores não era “crime público, contradizendo a própria lei, e pediu “perdão às vítimas que, possivelmente, se sentiram feridas”.

Numa nota episcopal divulgada esta terça-feira, o bispo reconhece que a resposta que deu a uma pergunta “inesperada sobre a obrigatoriedade ou não de denúncia dos casos de abuso sexual de menores” não foi “feliz”, admitindo poder ter tornado a sua posição “incompreensível”. D. Manuel Linda disse ainda não ter tido a intenção de “menorizar o terrível crime dos abusos” ao usar o termo “asneiras” para abordar esse tipo de casos.

“Na minha zona de origem essa palavra designa qualquer acção perversa”, justificou, dizendo também ser necessário “reconhecer que a realidade é muito mais sombria e dolorosa” do que pensava.

“Fique muito claro que sofro e deploro liminarmente esse flagelo dos crimes de natureza sexual cometidos contra menores ou pessoas vulneráveis. E que tudo farei para lhes pôr cobro”, afirmou o bispo do Porto.

“Este é o tempo propício para assumirmos todos, clérigos e leigos, a responsabilidade de erradicar dos nossos ambientes eclesiais e de toda a sociedade qualquer tipo de abuso, defendendo intransigentemente os mais frágeis, acautelando preventivamente qualquer situação de risco e denunciando os crimes para que se faça justiça”, sublinhou, lembrando a “tolerância zero” declarada pelo Papa Francisco para toda a Igreja e que, diz, deseja “igualmente” na sua Diocese”.

“É tempo para escutar as vítimas, sofrer com elas e prestar-lhes todo o apoio”, apelou D. Manuel Linda.

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