São 55, mas têm de ser 26. O “corte e costura” de Fernando Santos para o Mundial

A lista de pré-convocados tem mais de 50 jogadores, mas, dos 26 que vão ao Qatar, 18 são apostas quase garantidas. Restam, em tese, oito vagas.

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Fernando Santos, seleccionador nacional LUSA/RODRIGO ANTUNES

Há 55 jogadores portugueses que poderão ir ao Mundial 2022. A lista divulgada neste fim-de-semana pela Federação Portuguesa de Futebol tem nomes consagrados, jogadores em ascensão, “velhas raposas” e jovens promessas. Estão todos no mesmo “saco” e Fernando Santos vai ter de lá colocar a mão para tirar 26 nomes – mas, ao contrário do que sugere esta formulação, não se trata de um sorteio. Há argumentos lógicos para ajudar o seleccionador.

Desde logo porque dos 26 nomes que vão ao Qatar há, em teoria, 17 garantidos (mais um). A saber: Diogo Costa, Rui Patrício, Diogo Dalot, João Cancelo, Danilo, Rúben Dias, Nuno Mendes, Raphaël Guerreiro, Rúben Neves, William, João Palhinha, Bruno Fernandes, Vitinha, Otávio, Bernardo Silva, Rafael Leão e Cristiano Ronaldo.

Faltam, portanto, oito futebolistas e meio – dizemo-lo porque a condição física de Pepe tem sofrido abalos, mas, estando apto, o central irá, por certo, viajar para Doha.

Nos restantes oito, um deles será o terceiro guarda-redes, posição na qual José Sá tem prevalecido relativamente a Anthony Lopes. Depois, na defesa, sobra o lugar de quarto central. As últimas convocatórias tiveram Tiago Djaló, e a titularidade do central num Lille em boa forma deverá chegar para nada mudar para Fernando Santos.

Os problemas – se é que o são – chegam daqui para a frente e o exercício torna-se, por extensão, mais especulativo. Há, ainda assim, factores lógicos para ajudarem na análise.

No meio-campo, entra novamente o prisma das lesões e dos momentos de forma. Estando bem e a jogar, Renato Sanches é um jogador que sempre agradou a Fernando Santos, por ter características diferentes dos demais. Em tese, pela capacidade semelhante de transportar jogo com bola, Matheus Nunes será o “rival” de Renato. O momento de forma até ao dia da convocatória (10 de Novembro) poderá ser um factor decisivo.

Haverá, depois, lugar para um outro médio, possivelmente um jogador mais cerebral, como João Moutinho ou João Mário. O jogador do Benfica tem estado a bom nível e a ausência de Moutinho na última convocatória faz pender a balança para o médio “encarnado”.

No ataque, as lesões de Diogo Jota e Pedro Neto e a renúncia de Rafa abriram três vagas. Uma deverá ser para João Félix, já que esteve na última convocatória apesar do parco fulgor no Atlético de Madrid.

Outra das vagas, para um jogador de ala, tem Ricardo Horta, Gonçalo Guedes, Trincão e Pedro Gonçalves na luta, com vantagem clara para o jogador do Sp. Braga, presente na última convocatória. Tem contra si a menor capacidade para actuar pelo corredor direito, algo que Pedro Neto e Rafa ofereciam.

Fica, depois, a dúvida sobre se haverá lugar para um ponta-de-lança mais clássico. Havendo, André Silva e Gonçalo Ramos são os candidatos evidentes – o primeiro corre com a antiguidade no grupo e identificação com os preceitos tácticos de Santos, o segundo apresenta-se com o rendimento individual mais fulgurante e a presença na última lista.

Contas feitas, falta um jogador. Do trio Guedes/Trincão/Pote poderá sair uma vaga extra, até porque Portugal levaria poucos alas, mas, embora menos provável, pelo excesso de médios, também pode haver lugar para mais um jogador do meio-campo (os “excluídos” entre Matheus, Renato, Moutinho ou João Mário).

Ou pode haver uma surpresa. Aí, as possibilidades são variadas. A lista de 55 nomes tem Beto, Vitinha ou Jota, jogadores com inícios de temporada fulgurantes, mas ainda sem passado na selecção principal portuguesa. Correm contra as probabilidades.

Confira a lista de 55 nomes:

Guarda-redes: Diogo Costa, Rui Patrício, Anthony Lopes, José Sá e Rui Silva;
Defesas: Diogo Dalot, Nélson Semedo, Cancelo, Cédric, Thierry Correia, António Silva, Danilo, David Carmo, Diogo Leite, Domingos Duarte, Fábio Cardoso, Gonçalo Inácio, José Fonte, Pepe, Rúben Dias, Tiago Djaló, Mário Rui, Nuno Mendes, Nuno Tavares e Raphaël Guerreiro;
Médios: Florentino, William, Rúben Neves, Palhinha, Moutinho, João Mário, Renato Sanches, Sérgio Oliveira, Matheus Nunes, Otávio, Vitinha, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Fábio Carvalho, Fábio Vieira, Gonçalo Guedes, Nuno Santos, Ricardo Horta e Trincão;
Avançados: Cristiano Ronaldo, João Félix, Jota, Pedro Gonçalves, Podence, Rafael Leão, André Silva, Beto, Gonçalo Ramos, Paulinho e Vitinha.

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