Sporting oficializa “divórcio” com Juventude Leonina após confrontos

Clube anunciou fim das negociações do protocolo com grupo organizado. Violência nas bancadas manchou vitória frente ao Casa Pia.

Foto
Juventude Leonina está sem procolo desde Outubro de 2019 EPA/MANUEL DE ALMEIDA

O Sporting anunciou, na manhã deste domingo, um ponto final ao relacionamento com a claque Juventude Leonina, após os confrontos verificados no sábado na partida frente ao Casa Pia.

Os “leões” adiantam, em comunicado publicado no site do clube, que vão abandonar as negociações de um protocolo com este grupo organizado, privilégio perdido pela Juve Leo em Outubro de 2019, depois de tentativas de agressão a dirigentes do Sporting. Esta decisão representa um afastamento definitivo do grupo, que continuará sem qualquer ligação ao clube. O Sporting garante ainda que vai colaborar com as autoridades para identificar os responsáveis por estes actos de violência, ocorridos na bancada onde costumam ficar os membros da “Juve Leo”.

O protocolo que estava a ser negociado serve, entre outras coisas, para estreitar a relação entre claque e clube, permitindo aos associados do grupo acesso à Gamebox (lugar anual no Estádio de Alvalade) a preços mais reduzidos, apoios financeiros nas deslocações e coreografias e, por último, um local reservado no estádio para o armazenamento de materiais.

Desde que foi suspenso o protocolo com a Juventude Leonina em 2019, bandeiras, faixas e outros adereços do grupo têm entrada proibida em Alvalade. O descontentamento da claque foi perceptível em vários jogos nos últimos dois anos: o arremesso de engenhos pirotécnicos para o relvado e consequente interrupção das partidas foi uma das manobras usadas para mostrar essa mesma insatisfação.

“O Sporting CP reitera a sua posição em prol de um espectáculo desportivo saudável, vivido em família e de apoio ao seu Clube, e manterá a sua intransigência na luta contra o crime e a violência no desporto. Quem se identifica com os valores do Sporting CP, e o apoia acima de tudo, não adopta determinados comportamentos, nem muito menos causa danos avultados, deliberados e recorrentes que prejudicam gravemente o clube”, escrevem os “leões”.

Nos últimos anos, a relação entre clube e “Juventude Leonina” deteriorou-se: o grande afastamento deu-se após o ataque da Academia de Alcochete. Em 2018, membros do grupo dirigiram-se ao centro de treinos do clube, agredindo os jogadores e provocando danos às instalações. Numa segunda fase, foi a forte contestação ao actual presidente dos “leões”, Frederico Varandas, a acentuar esse “divórcio”.

O Sporting chegaria mesmo a suspender o registo da “Juve Leo” junto da Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD), oficializando o corte institucional com este grupo.

Sugerir correcção
Ler 27 comentários