Sporting foi mais uma vez ao fundo antes de se reencontrar

Vantagem visitante ao intervalo deu esperança ao Casa Pia, que acabou por sair amarrotado de Alvalade. Paulinho estreou-se a marcar e deu início à reviravolta.

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Sporting operou reviravolta para bater Casa Pia LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O Sporting consumou, este sábado, a ambicionada ultrapassagem ao Casa Pia, adversário que perdeu o jogo por 1-3 e o quarto lugar no campeonato para os “leões”, numa viagem alucinante a Alvalade, onde chegou a sonhar alto, mas acabou por despenhar-se quando foi compelido a fechar-se na defesa.

Paulinho (57') e Nuno Santos (59') deram a volta a uma noite ameaçada pelo golo de Clayton (43'), tendo Pedro Gonçalves (65') de penálti acabado com as ilusões dos convidados, colocando os “leões” a três pontos de FC Porto e Sp. Braga.

O Casa Pia imaginara um jogo ambicioso, em que se via a surpreender o Sporting, conseguindo-o, depois de suster o ímpeto inicial próprio de um “leão” ferido pela eliminação na Taça de Portugal.

Às duas primeiras oportunidades reais de golo — Edwards cabeceou ao lado (5’) e Pedro Gonçalves não conseguiu bater Ricardo Batista (7’), que começava a aquecer — respondeu Clayton com um remate ao poste.

O estrondo teve o condão de provocar a ira dos sportinguistas, faltando, contudo, o instinto de um verdadeiro goleador. Paulinho observava do banco de suplentes o virtuosismos de Edwards e os ensaios falhados de Trincão, o grande perdulário, a falhar as duas maiores oportunidades para bater Ricardo Batista.

O facto de se apresentar em Alvalade no quarto lugar, à frente do Sporting na classificação, terá criado no subconsciente dos “gansos” a perigosa ilusão de poder ombrear de uma forma destemida com o adversário. Essa ingenuidade poderia ter redundado em irrecuperável erro de avaliação, já que os “leões” aproveitavam todas as hesitações e tentativas de sair a jogar do Casa Pia para ganharem todos os duelos e asfixiarem o adversário.

Godwin não conseguia imprimir a velocidade suficiente para abalar as convicções da equipa de Rúben Amorim e o Sporting ia acumulando lances de apuro para Ricardo Batista, a emergir como figura do jogo. Mas o futebol raramente é a soma das estatísticas ou de acções valiosas, pelo que bastou uma brecha para o jogo ficar virado do avesso mesmo antes do intervalo: Morita tentou um desarme que resultou numa acção fulminante de Clayton, a aproveitar o adiantamento de Matheus Reis para ganhar metros a Marsà e encarar Adán com o discernimento necessário para bater o guardião espanhol, que regressou ao onze após cumprir castigo.

O guião da segunda parte sofria, forçosamente, alterações. O Sporting lançava o jovem Chico Lamba, possivelmente por queixas físicas de Marsà, esperando uns minutos antes de chamar Paulinho. Já o Casa Pia, com uma vantagem para defender, passou a defender a cinco, reforçando o meio-campo com Neto.

O Sporting era convidado a testar a muralha, mas Pote e Trincão ainda precisavam de tirar melhor as medidas aos postes. E, depois de Godwin se ter mostrado mais uma vez, o Sportingentrou em modo letal: Porro lançou um míssil que Ricardo Batista não desactivou e Paulinho mergulhou de cabeça para assinar o primeiro golo da época.

As nuvens negras começavam a dissipar-se e depois de um cruzamento largo de Porro, Nuno Santos dava a volta ao texto com uma finalização irrepreensível. Faltava apenas a confirmação que chegou com o penálti de Pedro Gonçalves, superiormente ganho por Edwards. O Casa Pia era já uma sombra do que idealizara e preparava-se para averbar a primeira derrota como visitante.

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