Cinco obras inéditas na exposição Canción de Pedro Costa em Barcelona

Até 23 de Abril, o La Virreina – Centro de Imagem, em Barcelona, aborda a obra do cineasta português, autor de Vitalina Varela, de forma particular. A curadoria é do artista espanhol Javier Codesal.

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Adelaide em em Nuestras voces no cantarán más (2022) Pedro Costa

Canción de Pedro Costa é o título da exposição, que pode ser vista a partir deste sábado no La Virreina – Centro de Imagem, em Barcelona, que apresentará cinco obras expressamente feitas pelo cineasta português para esta mostra na Catalunha, em Espanha. Com curadoria de Javier Codesal, cineasta, poeta e um dos pioneiros espanhóis da videoarte, a exposição aborda a obra do realizador de Casa de Lava ou de Cavalo Dinheiro a partir de um ponto de vista concreto: “o do rosto, da voz, da canção como sinais do que mais particular há numa pessoa”, lê-se no catálogo, mas também “como resposta à pressão conjugada da História e da história de cada um” ou “como resposta ao trauma e ao que falta”.

Para o curador, este tema “é pertinente” neste momento da “evolução do projecto cinematográfico” de Costa, vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno pelo filme Vitalina Varela (2019). “Podemos até arriscar que a sua próxima longa-metragem será um filme musical em sentido estrito. As obras presentes em Canción de Pedro Costa aproximam-se cada vez mais deste seu novo e provável desdobramento cinematográfico”, escreve no folheto da exposição distribuído à imprensa. Simultaneamente, um ensaio também intitulado Canción de Pedro Costa, escrito pelo curador, está a ser editado em livro na Catalunha.

Em Canción de Pedro Costa o visitante pode ver dez obras com títulos que aludem ao canto, explica-se no comunicado de imprensa. São elas: Casa de lava – caderno (livro de artista produzido durante a produção do segundo filme do cineasta, 1994) que é acompanhado por um vídeo-documentário intitulado Cancionero de Fogo onde se pode visualizar o conteúdo do caderno na íntegra e que na exposição é mostrado ao lado do caderno original. Mas também ali estão Balar de Balibar (2009, que apresenta pela primeira vez um fragmento do filme Ne change rien), Canción de Ventura (2014), Nuestras voces no cantarán más (2022) - “um conjunto de três obras independentes projectadas em diferentes salas da exposição”.

Além disso a exposição mostra ainda cinco fotografias em papel, intituladas Canto de piedra (2015), e a instalação Morna de sombras (1994-2022) - “com cinco projecções em ecrãs suspensos no tecto e com banda-sonora, que aqui são apresentadas de uma maneira diversa daquelas que aconteceu em mostras passadas.

Por fim, pode ver-se ainda a instalação Canciones para evitar el suicidio – composta pelas obras Acerca del suicidio e A la pequeña radio, ambas datadas de 2022.

A exposição pode ser visitada em até 23 de Abril de 2023. E a Filmoteca da Catalunha organiza também, de 17 de Janeiro a 7 de Fevereiro, uma retrospectiva integral da obra do realizador ao mesmo tempo, divulga a distribuidora Midas Filmes, que ser-lhe-á dada “carta-branca” para uma mostra de filmes escolhidos. Além disso haverá um seminário centrado na obra de Pedro Costa e sobre a sua extensão no terreno da arte contemporânea, intitulado Para evitar o suicídio e tomando como ponto de partida a exposição no Virreina, Centro da Imagem. Terá participação de Pedro Costa e do curador Javier Codesal e as inscrições podem ser feitas através de email ( lavirreinaci@bcn.cat)

Pedro Costa já expôs a sua obra em outros locais, por vezes com outros criadores como o escultor Rui Chafes, o fotógrafo Paulo Nozolino ou a cineasta Chantal Ackerman.

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