Lar do Comércio em Matosinhos despediu 16 funcionários em Setembro

O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social havia já denunciado pressões para a rescisão de contratos, no início de Setembro.

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Lar do Comércio, em Matosinhos Paulo Pimenta

O Lar do Comércio, em Matosinhos, despediu no final de Setembro 16 trabalhadores, uma parte deles do grupo pressionado para rescindir contrato, revelou nesta quinta-feira à Lusa o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social.

Segundo Joaquim Espírito Santo a instituição alegou, na carta de despedimento enviada a 29 de Setembro aos trabalhadores, “falta de verbas e a necessidade de os substituir por trabalho externo”.

“Apesar disto, gastaram mais de 500 mil euros nestes despedimentos, pagando todos os direitos e mandando a carta para o fundo de desemprego e Segurança Social”, afirmou o dirigente sindical, esclarecendo que “uma parte dos despedidos integrava o grupo dos que estavam a ser pressionado para rescindir contrato e outros estavam em casa, a receber salário sem trabalhar”.

A Lar do Comércio é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), situada em Matosinhos, no distrito do Porto.

No início de Setembro, o sindicato denunciou pressões para a rescisão de contratos e exigiu esclarecimentos da parte do Governo, tendo, entretanto, segundo Joaquim Espírito Santo reunido com os grupos parlamentares do PSD, PSD, BE, PCP e Livre para expor a situação e pedir acção.

“Que tenhamos conhecimento, só o BE questionou o Governo se tem conhecimento e se a Segurança Social sabe o que se passa”, relatou o coordenador sindical.

Entretanto, a “reunião pedida em Junho e repetida em Setembro à Segurança Social aconteceu a 12 de Outubro, com a presença de uma representante da Câmara Municipal de Matosinhos”, acrescentou o responsável de um encontro “onde se avançou pouco”.

“Foi-nos dito que, sendo as IPSS privadas, à Segurança Social apenas cabe vigiar pelo bem-estar dos utentes e o escrupuloso cumprimento dos protocolos assim como dos números dos recursos humanos exigidos nos protocolos, mas a gestão desses mesmos recursos humanos não é com eles”, relatou Joaquim Espírito Santo.

Sobre o ambiente em que os restantes funcionários estão a trabalhar, o dirigente sindical citou “uma das funcionárias despedidas” para afirmar que “continua o clima de medo e mal-estar devido à pressão e assédio moral da instituição”.

“A informação que temos é que há menos de 100 idosos a residir, ou seja, um terço da capacidade total do Lar do Comércio”, disse.

A Lusa tentou obter uma reacção da direcção do Lar do Comércio, mas até ao momento não foi possível.

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