Berlusconi diz que “reatou relações” com Putin e que o russo lhe ofereceu vodka

“Respondi com garrafas de Lambrusco e uma carta igualmente gentil”, afirmou o ex-primeiro-ministro italiano, numa cerimónia à porta fechada com militantes do Força Itália, segundo um áudio transmitido pela agência italiana LaPresse.

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Vladimir Putin e Silvio Berlusconi junto em Roma, em 2019 Sputnik/Alexey Druzhinin/Kremlin via REUTERS

O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, que negoceia a formação do novo Governo de Itália, confessou esta terça-feira ter reatado a sua amizade com o Presidente russo, Vladimir Putin, que lhe ofereceu vodka no seu 86.º aniversário.

“Depois de muito tempo, reatei um pouco as relações com o Putin, já que no meu aniversário [29 de Setembro] me enviou 20 garrafas de vodka e uma carta muito gentil. Respondi com garrafas de [vinho] Lambrusco e uma carta igualmente gentil”, afirmou, numa cerimónia à porta fechada com militantes do Força Itália, segundo um áudio transmitido pela agência italiana LaPresse.

Berlusconi também revelou que o líder do Kremlin o considera “o primeiro dos seus cinco verdadeiros amigos”.

O seu partido político negou as declarações, alegando que é “uma velha história contada aos seus militantes sobre um episódio de há muitos anos”. E acabou por emitir uma declaração afirmando que a posição de Berlusconi e do partido “está em linha com a posição da Europa e dos EUA, sem espaço para ambiguidade”.

Nas gravações, o ex-líder do Governo italiano indicou ainda que “não podia expressar” a sua verdadeira opinião sobre a guerra na Ucrânia.

“Os ministros russos disseram que estamos em guerra contra eles, porque fornecemos armas e financiamento para a Ucrânia. Pessoalmente não posso expressar a minha opinião, porque se fosse dito à imprensa seria um desastre, mas estou muito, muito, muito preocupado”, salientou.

Os comentários vieram a público numa altura em que político conservador está a participar nas negociações para a formação do próximo Governo, junto dos seus parceiros de coligação de direita e extrema-direita, Matteo Salvini (Liga) e Giorgia Meloni (Irmãos de Itália), esta última vencedora das eleições legislativas de 25 de Setembro.

Salvini é admirador de Putin há vários anos, e Berlusconi considera-se seu amigo, enquanto Meloni, provavelmente a próxima primeira-ministra, declarou a sua determinação em continuar a apoiar a resistência ucraniana.

Berlusconi já havia dado a sua opinião em várias ocasiões desde que o Kremlin invadiu a Ucrânia em 24 de Fevereiro.

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