Técnico vai exigir à federação indemnização de um milhão de euros

Em conferência de imprensa, o clube de râguebi promete ainda responsabilizar os dirigentes federativos pelos prejuízos causados por não ser integrado no principal escalão da modalidade.

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Carlos Amado da Silva, presidente da FPR, é acusado de não cumprir uma decisão judicial Pedro Maia

O prejuízo do Técnico por não ser integrado na Divisão de Honra do campeonato português de râguebi ascende a quase um milhão de euros, disseram nesta terça-feira dirigentes do clube, que prometem responsabilizar a federação e os seus representantes.

Em conferência de imprensa, o presidente do clube, Pedro Lucas, falou em “prejuízos incalculáveis” e alertou os restantes emblemas, sócios da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), para a “irresponsabilidade total” de manter os engenheiros afastados do principal escalão competitivo.

“O Técnico não vai desaparecer, mas vai ter prejuízos incalculáveis. Está documentado, e já nos tribunais, que [o prejuízo] já está em perto de um milhão de euros. Estas repercussões vão cair nos clubes, porque as direcções da FPR passam, mas os clubes ficam e os prejuízos ficam lá”, advertiu Pedro Lucas, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa.

Em Abril, a FPR desclassificou o Técnico da Divisão de Honra de 2021/22 e despromoveu os “engenheiros”​ ao terceiro e último escalão competitivo nacional por alegada utilização irregular de nove jogadores num encontro com o CDUL.

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) anulou, em Agosto, as decisões da direcção e do Conselho de Disciplina (CD) da FPR, que recorreu para o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) e deu início ao campeonato, em 8 de Outubro, sem a participação do Técnico.

O clube das Olaias, no entanto, lembra que “o recurso para o TCAS não tem efeito suspensivo” da decisão do TAD, que “tem de ser executada” pela FPR, organismo que “se encontra, neste momento, em incumprimento de uma decisão do tribunal”, de acordo com Rui Neves, membro do Conselho Geral do Técnico, também presente na conferência de imprensa.

“O que está em causa é a reintegração do Técnico e o cumprimento das decisões [do TAD]. Vai acontecer, estamos seguros disso, com prejuízos maiores ou menores para o râguebi nacional. Quanto mais tempo demorar, será pior, com certeza”, acrescentou Pedro Lucas.

É que, segundo os dirigentes do Técnico, existe “um prazo de execução espontânea” concedido à FPR pelo TAD, que “termina no início de Novembro” e, a partir desse momento, poderá ser executado pelo clube.

“E as indemnizações vão cair, podem ter a certeza! Ao fim dos 90 dias de execução espontânea, nós podemos pedir a execução da pena e isso vai aumentar brutalmente a indemnização, porque normalmente são multas diárias até ao dia de ser executada”, advertiu Pedro Lucas.

E as indemnizações, acrescentou Rui Neves, poderão não ficar pelo nível institucional, uma vez que o Técnico entende que existe “responsabilidade pessoal” dos dirigentes da FPR que tomaram as decisões.

“O nosso pedido de indemnização não será dirigido só à FPR, mas também aos próprios dirigentes, porque é óbvio que há uma responsabilidade pessoal relativamente às decisões que estão na origem do problema e que foram anuladas pelo TAD”, apontou o elemento do Conselho Geral do Técnico.

O Técnico é um dos clubes históricos do râguebi português, tendo sido fundado em 1963.

Com sede nas Olaias, os “engenheiros” somam, a nível sénior, três títulos de campeões nacionais (1981, 1998 e 2021), quatro Taças de Portugal (1969, 1971, 1973 e 1994) e uma Supertaça (1994).

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