De Saigão, com requinte

Taste é uma estreia tão formalmente deslumbrante como imperscrutável, um filme com muito para ferrar o dente mas que parece desenhado à medida de uma ideia de cinema de autor.

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Taste-Sabor: de uma beleza pictural que não raras vezes faz pensar nos grandes artistas da pintura (ou do cinema, já agora), e imperscrutável na sua estrutura
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Taste-Sabor: de uma beleza pictural que não raras vezes faz pensar nos grandes artistas da pintura (ou do cinema, já agora), e imperscrutável na sua estrutura
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Taste-Sabor: de uma beleza pictural que não raras vezes faz pensar nos grandes artistas da pintura (ou do cinema, já agora), e imperscrutável na sua estrutura

Não é preciso muito tempo para se perceber porque é que havia muito quem falasse de Pedro Costa a propósito desta primeira longa do vietnamita Lê Báo: a precisão dos enquadramentos e dos planos, os ambientes de corredores escuros e estreitos em bairros improvisados que podiam ser da lata, a quase ausência de uma narrativa convencional substituída por episódios ou alusões que se unem para construir um todo. Nas notas de imprensa, Lê Báo diz que só descobriu o cinema de Costa pouco tempo antes de começar a rodar Taste — mas também é verdade que o filme se inscreve na linhagem de “companheiros de estrada” do cinema de autor mundial: Costa, sim, e outros cineastas da contemplação e do mistério como Lucile Hadzihalilovic, Tsai Ming-Liang, Apichatpong Weerasethakul (nem por acaso, Taste é montado por Lee Chatametikool, que é o montador deste último). São precisos 21 minutos para se ouvirem as primeiras palavras, o primeiro diálogo, do filme, cuja “história” envolve um futebolista nigeriano que partiu a perna e as mulheres de meia idade para quem trabalha por vezes e com quem acaba por se refugiar numa casa para construir uma espécie de mundo privado.

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