João Braga celebra 55 anos de fados no São Luiz com oito vozes convidadas

Fadista regressa ao palco do São Luiz, em Lisboa, para celebrar 55 anos de carreira na companhia de oito vozes fadistas de gerações mais recentes. Esta terça-feira, às 20h.

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João Braga AURÉLIO VASQUES

Foi no São Luiz que João Braga comemorou meio século de fados, em 2017, e é ao mesmo palco que volta agora para celebrar 55 anos de carreira e partilhar fados com oito vozes de gerações mais novas: Ana Beatriz, Ana Margarida, Francisco Salvação Barreto, Katia Guerreiro, Nani Medeiros, Maria Ana Bobone, Miguel Sanches e Rodrigo Costa Félix. O espectáculo é esta terça-feira, às 20h, e com João Braga e convidados estarão os músicos Pedro de Castro, Eurico Machado (ambos na guitarra portuguesa), Jaime Santos Jr. (viola de fado) e Francisco Gaspar (viola baixo). A apresentação será de Pedro Castelo.

Nascido em Lisboa, em 15 de Abril de 1945, João Braga gravou os primeiros discos, três EP, em 1967, Tudo Me Fala de Nós, Tive Um Barco e Ao Fado Dei Minha Voz, onde foi acompanhado pelo Conjunto de Guitarras de Raul Nery. O mais recente, um álbum, foi lançado em 2017, Outrora Agora, disco onde gravou, entre outros, João Ferreira-Rosa, Manuel Alegre, Zeca Afonso ou Tiago Torres da Silva e cujo título que foi buscar, como o fadista na altura explicou ao PÚBLICO, ao poema Infância de Fernando Pessoa: “Com que ânsia tão raiva/ Quero aquele outrora!/ E eu era feliz? Não sei:/ Fui-o outrora agora.”

Na folha de sala relativa a este espectáculo, Sara Pereira, a directora do Museu do Fado (produtor do concerto, em colaboração com a EGEAC e o Teatro de São Luiz), escreve que a biografia artística de João Braga foi “desde sempre pontuada por um extraordinário equilíbrio entre um conhecimento muito sólido das raízes mais tradicionais do Fado e uma permanente sede de descoberta de novos rumos poéticos e musicais”, atribuindo ainda relevo à relação por ele estabelecida entre o canto e a palavra. “Indagando a musicalidade intrínseca das palavras, perscrutando a sugestão poética de cada verso, ele não se limitou a chamar a si a grande poesia clássica e contemporânea, mas compôs também belíssimas melodias para textos de Fernando Pessoa, Pedro Homem de Mello, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, António Tavares Telles, entre muitos outros.”

No espectáculo desta terça-feira, João Braga cantará a solo seis fados: Saudades da tua voz (Fezas Vital), Tive um barco (Manuel Andrade), Bem sei (Fernando Pessoa), Fado de Lisboa (Manuel Alegre), Um Carnaval (Alexandre O’Neill) e Fado fado (Manuel Alegre, de novo). Os restantes serão cantados em dueto com os fadistas convidados, por esta ordem: Ana Margarida (Quadras ao gosto popular e Olhos da cor do mar), Francisco Salvação Barreto (Adeus, Mouraria e Velhinho Fado Menor), Ana Beatriz (Rua dos Correeiros e Recado a Lisboa), Rodrigo Costa Félix (A minha cor e Prece), Nani Medeiros (o Samba em Prelúdio de Vinicius de Moraes e Baden Powell e D. Sebastião, de Manuel Alegre), Katia Guerreiro (Amália, de Alegre, e Arraial de João Ferreira-Rosa), Maria Ana Bobone (A história do Simão e Nome de mar), e com Miguel Sanches cantará É tão bom cantar o fado, do seu primeiro disco, de 1967.

A noite terminará, segundo o alinhamento da folha de sala, com o Fado do estudante, de José Galhardo, Raul Ferrão e Raul Portela, cantado por todos os participantes.

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