Brilhante Dias lança Santos Silva para Belém: seria “um bom candidato e um bom Presidente”

Líder parlamentar socialista lamenta que há muitos anos o PS não tenha um candidato presidencial “que possa ser vencedor” e defende que o presidente do Parlamento tem o perfil certo.

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Eurico Brilhante Dias é o líder da bancada parlamentar do PS e trabalhou com Santos Silva nos Negócios Estrangeiros Rui Gaudencio

Depois de o próprio ter deixado a porta entreaberta em Julho, agora é da bancada do PS que vem um ligeiro empurrãozinho: o líder parlamentar socialista considera que Augusto Santos Silva “tem todas as condições para ser um bom Presidente” da República.

Numa entrevista publicada nesta sexta-feira no Diário de Notícias, Eurico Brilhante Dias lamenta que “há muito que [o PS] não apresente um candidato que possa ser vencedor” numas presidenciais. Também porque trabalharam juntos cinco anos no Ministério dos Negócios Estrangeiros — Brilhante Dias foi secretário de Estado da Internacionalização nos dois primeiros executivos de Costa , o agora líder parlamentar do PS diz que Augusto Santos Silva é um dos socialistas que “têm o perfil, a experiência política no Parlamento, no Governo, em altas funções de representação do Estado” para assumir o papel de chefe do Estado.

“Não serei eu a empurrá-lo, mas serei sempre eu a subscrever e a sublinhar que tem todas as condições políticas e experiências para ser um bom candidato e um bom Presidente da República”, vincou Brilhante Dias quando questionado sobre se o actual presidente da Assembleia da República deveria candidatar-se a Belém. Mas limitou-se a responder “não” à pergunta sobre se Santos Silva estará a usar o cargo de presidente do Parlamento ao serviço de uma candidatura presidencial.

Em Julho, numa entrevista à RTP2, Augusto Santos Silva abrira a porta à eventualidade de subir de segunda para primeira figura do Estado. Questionado sobre se “rejeitava em absoluto” ser candidato a Belém respondeu: “Eu não rejeito nada em absoluto porque se rejeitasse coisas em absoluto não teria procurado servir o meu país nas ocasiões em que foi necessário e nos lugares em que se entendeu que poderia ser mais útil.”

Mas mais não quis dizer alegando que “seria duplamente desrespeitoso dizer mais do que isto”. “Seria desrespeitoso com os deputados e seria desrespeitoso com o actual Presidente da República, que tem exercido o seu múnus com o reconhecimento que os portugueses lhe dão.” Mas até deixou um calendário para voltar ao tema com mais precisão: “Cada coisa na sua vez. Lá para 2025 começaremos a falar de presidenciais.”

O calendário eleitoral português foi ajustado depois das legislativas antecipadas de Janeiro deste ano: as próximas presidenciais deverão realizar-se em Janeiro de 2026, nove meses antes do final da actual legislatura, em Setembro ou Outubro desse ano.

Em 2016, Santos Silva foi um dos socialistas de destaque a apoiar Sampaio da Nóvoa, integrando a sua comissão de honra, e não gostou da decisão de Maria de Belém, antiga presidente do PS, de se candidatar também à Presidência da República por considerar que era um gesto que dividia o eleitorado socialista.

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