Coreia do Norte dispara novo míssil e faz exercícios com caças junto à fronteira

Pyongyang fez disparos de artilharia e recorreu a aviões de combate, levando a Coreia do Sul a descolar os seus caças para a zona.

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Sul-coreanos assistem às notícias sobre o lançamento do Norte JEON HEON-KYUN/EPA

Pela nona vez em menos de um mês, a Coreia do Norte disparou mais um míssil na madrugada desta sexta-feira. O projéctil, que as Forças Armadas da Coreia do Sul e do Japão dizem ser de curto alcance, voou por 650 quilómetros com uma altitude máxima de 50 quilómetros, até cair no mar do Japão.

O teste balístico foi acompanhado por exercícios militares junto à fronteira, que envolveram disparos reais de artilharia e aviões de combate. Em resposta, a Coreia do Sul enviou para o local os seus caças.

Esta foi a 27ª vez desde o início ano que a Coreia do Norte fez um disparo de mísseis. Esta semana tinha já testado dois mísseis de longo alcance, que o regime diz serem capazes de transportar ogivas nucleares.

Pyongyang parece estar “focado em desenvolver mísseis balísticos, os meios para ter armas nucleares e melhorar as suas capacidades operacionais”, disse o ministro japonês da Defesa, Yasukazu Hamada, citado pelo The Japan Times. “Independentemente dos objectivos da Coreia do Norte, não podemos permitir que repetidamente lance mísseis balísticos” e “não podemos ignorar os significativos avanços na sua tecnologia de mísseis”, acrescentou.

Em comunicado emitido depois do disparo, o Conselho de Segurança Nacional da Coreia do Sul alertou que “as provocações do Norte vão sair-lhe caras” e o Presidente, Yoon Suk-yeol, prometeu uma resposta firme. Na próxima semana começarão exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul, o Japão e os Estados Unidos que vão envolver fogo real. O governo de Seul decidiu entretanto aplicar sanções a 30 pessoas e organizações envolvidas no “desenvolvimento de mísseis e armas nucleares”. É a primeira vez em cinco anos que Seul aplica sanções unilaterais.

Do lado norte-coreano, o Exército disse que tinha tomado “medidas fortes” contra “as acções provocatórias” da Coreia do Sul, que na quinta-feira tinha disparado tiros de artilharia também na zona fronteiriça. Seul respondeu que se trata de exercícios militares “regulares e legítimos”.

Ouvido pelo NK News, o analista Joe Bermudez acredita que os voos de caças norte-coreanos perto da fronteira podem levar um aumento não propositado das tensões militares. “Imaginemos que um piloto recebe um falso aviso de radar que dispararam um míssil contra si e dispara. Ou que a Coreia do Sul e os Estados Unidos interferem com as suas comunicações e ele recebe informação que ele pensa que significa ataque”, disse o investigador do Center for Strategic and International Studies.

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