Crise dos mísseis de Cuba: 60 anos depois, “esta história possui uma actualidade profundamente deprimente”

Pré-publicação de um excerto da introdução do livro O Abismo – A Crise dos Mísseis de Cuba 1962, do historiador britânico Max Hastings, cuja tradução é lançada esta terça-feira em Portugal pela Dom Quixote.

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O então Presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy assinando, a 23 de Outubro de 1962, a proclamação de interdição de armas ofensivas em Cuba Reuters

No curso de mais de quatro décadas da Guerra Fria, cada um dos lados foi responsável pela sua parcela de arremetidas e tropeços perigosos. No campo soviético, houve o falhado estrangulamento de Berlim em 1948-49 e a invasão da Coreia do Sul pela do Norte em junho de 1950. Passados cinco meses, o arrogante general Douglas Mac Arthur conduziu rapidamente e em força as tropas das Nações Unidas até às fronteiras da Coreia do Norte com a China e advogou depois o emprego de armas nucleares, como forma de retaliação pelas humilhações que os «voluntários» do Exército de Libertação Popular de Mao Zedong lhe tinham infligido no campo de batalha. Mais tarde, vieram, em 1956, a repressão soviética do Levantamento Húngaro e a invasão anglo-francesa do Egito para reaver a posse do Canal de Suez. O ataque a Cuba de abril de 1961 patrocinado pelos EUA abalou a incipiente administração Kennedy. Em 1968, tropas soviéticas suprimiram sangrentamente a «Primavera de Praga». Dois anos mais tarde, as greves dos estaleiros de Gdansk foram do mesmo modo reprimidas a tiro. A intervenção no Afeganistão em 1978-79 revelou-se um desastre para a União Soviética, rivalizando com aquele gerado pela longa agonia da América no Vietname, que se tornou uma tragédia muito mais profunda para os povos da Indochina.

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