Governo renova mandato de directora do Teatro São Carlos por nove meses

Prolongamento tinha sido anunciado em Setembro e a sua duração visa aguardar pelo estabelecimento das condições para a passagem da escolha destes responsáveis por concurso público.

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Elisabete Matos, soprano e responsável pelo São Carlos Nuno Ferreira Santos

O mandato da directora artística do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), Elisabete Matos, foi renovado pelo Governo por um período de nove meses, de acordo com um despacho publicado esta terça-feira no Diário da República.

A renovação, que tinha sido anunciada pelo Governo em Setembro, surge por ter findado, a 30 de Setembro, o actual mandato da responsável, “tornando-se necessário assegurar a continuidade do exercício daquela função de direcção artística” até à realização de um concurso.

Por norma, estes mandatos têm a duração de três anos, podendo ser renovados, mas a 19 de Setembro, o Ministério da Cultura anunciou que os directores artísticos dos teatros nacionais D. Maria II, São João e São Carlos, assim como da Companhia Nacional de Bailado (CNB), passarão a ser escolhidos por concurso público.

Nesse sentido, criou um grupo de trabalho para a apresentação de uma proposta de procedimento concursal para a selecção daquelas direcções artísticas, com o objectivo de criar um processo que “dê garantias de transparência, certeza, publicidade e equidade”.

O mandato renovado de Elisabete Matos — dirigente no São Carlos desde Outubro de 2019, entretanto eleita deputada pelo Partido Socialista — no exercício de funções de directora artística do Teatro Nacional de São Carlos, em regime de exclusividade, teve início a 01 de Outubro de 2022 e termina a 30 de Junho de 2023, com uma remuneração mensal de 5 mil euros.

Maria Elisabete da Silva Duarte Matos nasceu em Caldas das Taipas, no concelho de Guimarães, estudou canto e violino no Conservatório de Música de Braga, e, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, mudou-se para Espanha, onde completou a sua formação.

Interpretou papéis wagnerianos como Isolda (da ópera Tristão e Isolda), Elisabeth (Tanhäuser), Elsa e Ortrud (Lohengrin), Freia (O Ouro do Reno), Sieglinde e Brünhilde (As Valquírias), entre outros.

Actuou na Metropolitan Opera House de Nova Iorque, na ópera estatal de Viena, na Deutsche Oper, em Berlim, no Teatro alla Scala de Milão, na ópera de Washington, no Teatro Real de Madrid, no Gran Teatre del Liceu de Barcelona, e na Israeli Opera, entre outros.

Em 2000, foi galardoada com um Grammy pela gravação do papel titular de La Dolores, de Bretón, com Plácido Domingo, para a Decca.

Elisabete Matos recebeu as condecorações de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e de Grã-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, concedidas pela Presidência da República, foi galardoada com a Medalha de Ouro de Mérito Artístico da Cidade de Guimarães, e distinguida com a Medalha de Mérito Cultural concedida pela Secretaria de Estado da Cultura em 2015.

O despacho publicado em Diário da República é assinado conjuntamente pelos ministérios das Finanças e da Cultura.

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