Quando a cidade invisível é o destino (virtual) dos autocarros do Porto

Projecto TAG, concebido pela Visões Úteis, mostra obras breves de música, escrita e imagem feitas por moradores de Campanhã, Pasteleira, Bouça e Miragaia. Basta entrar num transporte público, ler um QR code e viajar. Quantas cidades (e pessoas) escapam ao nosso olhar?

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Projecto TAG levou artistas profissionais a quatro geografias do Porto e criou "obras" com os moradores Paulo Pimenta

Rui Maia traz o orgulho das suas origens tatuado no corpo. E, no entanto, tanto o berço como a morada foram apagados do seu currículo. Em entrevistas de emprego, adoptou há muitos anos uma regra de ouro: “Tenho de dizer que moro em Gondomar, na casa da minha sogra.” A aprendizagem veio com os olhares amedrontados dos empregadores quando percebiam ter à frente um morador do bairro do Cerco. O emprego, sabia antes da resposta formal, não seria dele. “Primeiro sou cigano, depois moro no Cerco...” O “não” estava garantido. A tristeza de Rui Maia também: “Há pessoas tão boas aqui”, comenta junto ao bloco 2 do bairro na periferia do Porto. “É muito injusto.”

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