Governo prevê queda do preço do barril de petróleo para 78 dólares

Proposta de OE aponta para a paridade euro-dólar em 2023.

Foto
São "elevados os níveis de incerteza e volatilidade na economia internacional", refere a proposta de OE para 2023 EPA/SASCHA STEINBACH

O Governo prevê que no próximo ano o preço do barril de petróleo desça significativamente face a 2022, apesar da incerteza gerada pela guerra na Ucrânia e de estar previsto um corte de produção dos países membros da OPEP.

As previsões incluídas na proposta de Orçamento do Estado para 2023, que foi hoje entregue na Assembleia da República, apontam para o preço do barril de Brent (a referência para as importações portuguesas) nos 77,8 dólares em 2023, abaixo dos 97,6 dólares estimados para este ano.

“De acordo com as expectativas implícitas nos mercados de futuros [NYMEX], o preço do petróleo deverá abrandar em 2023, para 78 USD/bbl, comparado com valores previstos de 98 USD/bbl em 2022”, lê-se no relatório do OE, que reconhece que que se “mantêm elevados os níveis de incerteza e volatilidade na economia internacional”.

A descida do preço do petróleo poderá também ser acompanhada pela “tendência de apreciação do dólar norte-americano face ao euro”, acrescenta o documento preparado pela equipa do ministro das Finanças, Fernando Medina.

Em 2023, o Governo espera que se atinja a paridade euro/dólar, comparada com a média anual deste ano, de 1,05 euros por dólar. Se, por um lado, a desvalorização do euro reforça a competitividade das exportações europeias e por conseguinte portuguesas, por outro, tem impacto negativo sobre a compra de matérias-primas denominadas em dólares, como o petróleo.

A proposta orçamental nota ainda que, “em relação ao preço em dólares das matérias-primas não energéticas, o BCE prevê uma quebra em torno de 10% em 2023 (aumento previsto de 7% em 2022)”.

Os “principais riscos” para a evolução da economia portuguesa “são essencialmente de natureza externa”, garante o Governo, referindo que as consequências dos “efeitos da pandemia de Covid-19 e das rupturas nas cadeias de abastecimento global”, assim como o “prolongamento da guerra na Ucrânia, com os consequentes impactos nos mercados internacionais de produtos energéticos e de matérias-primas”, contribuem para manter as incógnitas em relação ao desempenho económico a nível global.

Relativamente ao petróleo, e apesar da descida que os futuros do Brent indicam, a proposta de OE admite que “as sanções à comercialização do petróleo russo e uma redução da produção do crude por parte dos países da OPEP podem levar a um crescimento do preço do petróleo no curto/médio prazos”.

Sugerir correcção
Comentar