Professores “inspiradores” de toda a Europa reúnem-se em Lisboa para “fazer melhor”

É a primeira vez que os finalistas europeus do Global Teacher Prize, o “Nobel da Educação” entregue anualmente, se encontram.

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O encontro deste fim-de-semana em Lisboa é o primeiro do género a nível europeu Nuno Ferreira Santos

São 50 professores “inspiradores”. “Todos têm um entusiasmo e uma vontade de fazer melhor, de trabalhar de maneira diferente” na docência, introduz Afonso Mendonça Reis, da Mentes Empreendedoras, uma organização sem fins lucrativos que organiza a edição nacional do Global Teacher Prize, o chamado “Nobel da Educação”. Este fim-de-semana, os finalistas europeus deste prémio encontram-se em Lisboa para trocarem experiências e discutirem o futuro da profissão. É o primeiro encontro do género a nível continental.

A reunião acontece no próximo fim-de-semana: no sábado, no campus de Carcavelos (Cascais) da Universidade Nova de Lisboa e, no domingo, no antigo Liceu Passos Manuel, em Lisboa. Todos os docentes participantes estiveram entre os 50 finalistas das últimas edições do Global Teacher Prize, que é entregue anualmente no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, pela fundação Varkey, criada pelo filantropo indiano Sunny Varkey.

Até 2019, os 50 finalistas de todo o mundo – mais de uma centena de países integra esta rede – encontravam-se no evento de entrega do galardão, celebrado em Março. Este era um momento de “partilha de experiências”, em que se foi gerando uma rede internacional entre estes professores inovadores. Mas, desde então, tanto a pandemia de covid-19, como as crescentes preocupações com a pegada ecológica deste tipo de encontros, levaram à suspensão da iniciativa.

Era, por isso, preciso “cimentar estas relações”. A Mentes Empreendedoras propôs, em alternativa, reunir em Portugal os finalistas europeus do Global Teacher Prize. “Achamos que é útil continuar a juntar estas pessoas”, defende Afonso Mendonça Reis. Eventos como estes “são espaços onde quem inova tanto quanto estas pessoas se sente valorizado. É galvanizador”.

Na mesma sala, juntam-se “professores super dinâmicos, habituados a estar envolvidos em muitas iniciativas. Vêm buscar alguma inspiração junto dos seus colegas”, continua Mendonça Reis. À organização, diz, cabe “criar um ambiente confortável e saudável” que permite “encontros casuais” e o “cruzamento de ideias de forma mais fluida”.

Todo o programa acontece à porta fechada, privilegiando o encontro entre os próprios docentes. Entre os participantes estão quatro professores portugueses: João Couvaneiro, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que foi finalista do prémio em 2017; José Jorge Teixeira, docente de Física e Química no agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins, em Chaves, e vencedor da edição nacional do Global Teacher Prize, em 2020; Cristina Simões, professora do ensino especial no Agrupamento de Escolas Tomaz Ribeiro de Tondela, que foi finalista na mesma edição; e Sónia Moreira, que dá aulas no 1.º ciclo no Agrupamento Escultor António Fernandes de Sá, no concelho de Vila Nova de Gaia. Foi a vencedora da edição portuguesa deste ano do “Nobel da Educação”.

Actualização às 11h42: corrige a informação relativa ao programa do encontro de professores, que será totalmente à porta fechada, ao contrário da informação anteriormente transmitida pela organização. São também quatro, e não três, os docentes portugueses convidados a participar.

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