A TV está “anestesiada” ou o país continua a querer (só) ver-se ao espelho?

A 6 de Outubro de 1992 nascia a SIC, o primeiro de dois canais privados que abriam as comportas para a avalanche do cabo, da Internet e do streaming. O televisor passava de janela a espelho para o “Portugal real”. Trinta anos depois da revolução, há menos espectadores nos generalistas, mas ainda têm uma grande fatia do público. A receita? É a mesma.

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Mário Soares, Luís Marques Mendes, Fernando Faria de Oliveira, Mira Amaral, Francisco Pinto Balsemão e Emídio Rangel na inauguração da SIC Bruno Portela

A televisão a cores surge em Portugal entre 1976 e 80 na RTP, mas quando se fala do nascimento da SIC e, por conseguinte, da televisão privada, é como se o advento da cor se repetisse. Foi há exactamente 30 anos que a jornalista Alberta Marques Fernandes deu as boas tardes a um país que pela primeira vez viu uma emissão que não a da televisão do Estado. Foi como carregar num acelerador e passar do quase nada para, três décadas depois, um demasiado pulverizado digital. Hoje, a maior fatia do público continua ali em certos horários, sentada, a ver o país passar. A receber “amor”, como diz a apresentadora da SIC Júlia Pinheiro, numa “televisão espelho”, como resume a académica Felisbela Lopes. Porquê? Muito por “tradição e porque é o meio mais fácil: ligo o botão e há uma extensão da minha sala de estar”, completa a investigadora Catarina Duff Burnay.

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