Forças Armadas não são um “luxo do presente”, afirma Marcelo

Presidente da República destaca o papel dos militares como construtores da paz pelo que não são um encargo dispensável do futuro.

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O Presidente da República na entrega das espadas aos novos oficiais do Exército LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O Presidente da República defendeu esta terça-feira que as Forças Armadas são insubstituíveis para construir a paz, papel que todos deveriam compreender, negando que estas sejam um “pergaminho do passado” ou um “luxo do presente”. Marcelo Rebelo de Sousa discursava na cerimónia de entrega das espadas aos novos oficiais do Exército, na Academia Militar, no destacamento da Amadora, em Lisboa.

Falando para os 39 novos oficiais do Exército, Marcelo salientou que a caminhada destes militares é iniciada “em tempo de guerra”, que “não é apenas europeia mas é uma verdadeira guerra global”. “Tempo em que todos entendem, ou deviam entender como nunca, porque é que tão insubstituíveis são as Forças Armadas. Para fazerem a paz, para evitarem a guerra”, defendeu. Marcelo falava durante a reunião do Conselho de Ministros extraordinário para preparar a proposta do governo do Orçamento de Estado para 2023 e, precisamente, a uma semana da ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, apresentar na comissão parlamentar de Defesa as contas para o sector que tutela.

O Comandante Supremo das Forças Armadas sublinhou que, “de cada vez que cada mulher ou homem, por esse mundo fora, sente na sua pele a subida dos preços, o custo da energia, a situação dos bens alimentares, é impossível não entender que, além de tudo o resto, é a guerra que agrava as suas condições de vida”. “A urgência de construir a paz torna cada vez mais evidente o papel único das Forças Armadas. Elas não são um pergaminho do passado, elas não são um resquício da tradição, elas não são um luxo do presente. Elas não são um encargo dispensável do futuro”, salientou.

“Para evitarem as guerras, todas elas, e em particular as mais chocantes na violação dos princípios do Direito entre as nações. Para as travarem depois de desencadeadas, para construírem a paz, e ao mesmo tempo, para proporcionarem a sua experiência no contacto com o povo no território nacional, em especial em momentos de maiores provações, para tudo isso as Forças Armadas são insubstituíveis”, vincou.

O Presidente da República defendeu ainda que o poder político tem que dar às Forças Armadas “estatuto e condições à altura” do que pede aos militares, salientando que algumas promessas ou expectativas têm demorado a concretizar-se. “A Pátria, representada pelo poder político do Estado que tanto, e muito justamente, se orgulha de vós e dos vossos feitos, cá dentro e lá fora, tem que vos proporcionar estatuto e condições à altura do que vos pede e do que de vós vai receber”, defendeu o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que “o reconhecimento, a admiração, o louvor por palavras são importantes, mas não o são menos o reconhecimento, a admiração e o louvor pelos factos”.

“E eles, às vezes, têm demorado demais a passar de promessas ou expectativas, a realidade”, acrescentou. Sem se referir directamente ao caso recente do 138º Curso de Comandos do Exército, que levou a que um militar necessitasse de um transplante de fígado, Marcelo Rebelo de Sousa deixou um aviso aos novos oficiais. “Agora começa a caminhada ao serviço de Portugal (...) com atenção à vossa saúde, para que excessos não controlados, vossos ou alheios, não tolham os vossos avanços”, disse.

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