Igreja portuguesa: brandos costumes que encobrem monstros

O trabalho da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa e a atenção mediática que o assunto ganhou nos últimos meses revelou que, para além de se dedicarem à desvalorização dos abusos na praça pública, os responsáveis eclesiásticos trabalharam ativamente para os encobrir.

Num conhecido sketch do Gato Fedorento, um general na reserva, um comentador político e o hoje famoso Gajo de Alfama discutem o problema do terrorismo internacional. O general na reserva afirma que o terrorismo “é provavelmente a questão mais complexa do mundo atual e que há abordá-la tendo em conta os aspetos geoestratégicos porque o terrorismo, hoje, não conhece fronteiras”, ao que o comentador político retorque “a ameaça terrorista (...), hoje em dia, é global”. Difundir o problema para além das fronteiras e na sua globalidade permite a ambos os participantes no fedorento debate não oferecer qualquer pista sobre a sua solução. É um truque conhecido, até pelas mais altas insignes eclesiásticas.

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