Cartas ao director

O que falhou?

Quando um produtor ou distribuidor sofre um aumento significativo nos seus custos, tentará repercuti-lo a jusante nos seus clientes, com maior ou menor dificuldade, conforme a natureza dos seus contratos e a dinâmica do negócio. Poderá passá-lo completamente, parcialmente, se o mercado não aceitar, ou com amplificação se houver margem para “espertezas”.

Num mercado aberto a concorrência encarrega-se de encontrar novo ponto de equilíbrio, mas há situações em que a natureza do produto/serviço e a limitação no número ou na facilidade de mudar de fornecedor, obriga a alguma regulamentação e supervisão. Uma coisa é mudar o local onde se toma o café matinal, outra coisa é o fornecedor de energia.

Os aumentos recentes no custo do petróleo e o do gás deveriam estar a colocar pressão nos distribuidores, desde que correctamente enquadrados contratualmente e supervisionados. A montante, os produtores beneficiam certamente, mas aqui falamos de estruturas multinacionais e de contabilidade não facilmente escrutinável pelo fisco de cada país.

Assim, estes aumentos de custos de energia “excessivos” e excitação com taxar lucros “extraordinários” traduzem algo que falhou. A disparidade na evolução/aumento dos custos para os diferentes cenários contratuais também é inexplicável. O preço do petróleo tem um longo e amplo histórico de ioió, mas nunca vimos tamanha disparidade e volatilidade no preço dos combustíveis.

Em vez de se discutir o “castigo”, de taxar, sendo que os Estados já estão a beneficiar de aumentos extraordinários da sua receita fiscal, era importante entender o que falhou no enquadramento e supervisão dos mercados de energia. Há algo aqui que não bate certo e os consumidores certamente preferirão pagar menos do que gerarem mais base para impostos.

Carlos J F Sampaio, Esposende

Estrela decadente

Agradecemos tudo o que Ronaldo fez pelo nosso país mas era hora de assumir que actualmente é uma estrela decadente que desorienta a selecção e embacia os mais novos. Fernando Santos também já perdeu o norte porque ao contrário do treinador do Manchester United, que colocou o jogador no seu devido lugar depois daqueles episódios rocambolescos no clube inglês, não teve a coragem de o sentar no banco. Jogar futebol é como conduzir, quando a capacidade de reacção está cada vez mais lenta talvez seja altura de parar e não renovar mais a carta.

Emanuel Caetano, Ermesinde

Carmo Afonso amnésica?

Ao ler o artigo de quarta-feira ("Montenegro diz que o PS governou com a extrema-esquerda") fiquei com a sensação que Carmo Afonso sofre de amnésia selectiva. Então o BE e o PCP não são de extrema-esquerda? Quando Catarina Martins defende a requisição civil dos imóveis privados para alojar estudantes, nacionalizar a saúde, os transportes, a escola, é o quê? Liberal? Insulta Luís Montenegro chamando-lhe porteiro da reentrada do fascismo em Portugal, esquecendo que foi precisamente por o BE e o PC fazerem parte do poder, condicionando a governação do PS, que permitiu ao Chega passar de 1 para 12 deputados.

São precisamente as políticas absurdas da esquerda radical que tem permitido a subida da direita radical em toda a Europa. Nem assim aprendem.

António Lamas, Montijo

​Entre marido e mulher mete a colher

Decorria uma reunião da Comissão Parlamentar do Poder Local quando Carlos Pinto, deputado da Iniciativa Liberal, questionou a ministra Ana Abrunhosa sobre o facto de duas empresas do seu marido terem acedido a fundos comunitários. O inimaginável aconteceu quando Isabel Guerreiro, deputada do PS, pediu para que as incómodas perguntas fossem apagadas, não constando da acta. Não imagino o critério do PS na escolha de candidatos a deputados. Os representantes do povo não têm acções de formação? Os eleitos pelo povo não conhecem as regras da casa da democracia? Com o mundo em convulsão, convém uma escolha criteriosa para que o PS não tenha necessidade de pedir desculpa pela atitude da sua deputada.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

O serviço mal prestado

Acho curioso que tantos reclamem dos serviços prestados pelos CTT, quando no fundo estes até contribuem para as finanças de (pelo menos) esta autarquia (Póvoa de Varzim). A conta da água chega à caixa de correio após o prazo de pagamento, e a respectiva multa paga-a o contribuinte mal servido. Ahh, pois... A hora (ou mais, quiçá) perdida na deslocação e espera para saldar a involuntária dívida, essa fica a cargo do dito prevaricador involuntário

José Soares, Póvoa de Varzim

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