Cartas ao director

Lisboa-Porto-Vigo em alta velocidade

O primeiro-ministro apresentou ontem o projecto para a ligação ferroviária Lisboa–Porto–Vigo em alta velocidade, a qual permitirá a ligação Lisboa–Porto em 1h e 15 minutos.

Independentemente de vantagens que poderão existir pela tecnologia moderna utilizada, a verdade é que é um investimento discutível, num país pobre, com poucos recursos e que habitualmente recorre ao auxílio dos contribuintes europeus. Com efeito, na ligação Lisboa–Porto actual, Alfa pendular, verifica-se que é normal atingir-se velocidades de 220 km/h em várias zonas do percurso, enquanto que noutras a velocidade baixa para até 60 km/h.

Não seria então muito mais interessante e económico proceder-se ao arranjo da linha actual nas zonas mais lentas, por forma a que fosse possível realizar a viagem sempre a 220km/h, a que corresponde uma duração de 1h e 22 minutos se considerarmos 300km de distância, apenas mais… 7 minutos do que com o TGV?

Miguel Villas, Aldeia das Dez

Mais um acto de iconoclastia

Segundo informa a imprensa de Portalegre, ocorreu nesta cidade, há poucos dias, um atentado lesa-património: a vandalização de uma peça escultórica evocativa do escritor e poeta José Régio (1901-1969) que se expõe na Praça da República.

Não existem palavras para qualificar o rosto desta barbárie. Estamos face a um acto que navega entre o prazer da violência gratuita e a demonstração da ignorância mais torpe. A figura foi parcialmente danificada, o livro em mármore que segurava totalmente destruído, as mãos decepadas, e parte da estrutura metálica em que parte da peça se configura foi gravemente danificada!

A belíssima obra deve-se aos escultores Maria Leal da Costa e José Luís Hinchado Morales (2020). Trata-se de uma encomenda do município de Portalegre por ocasião do cinquentenário da morte do escritor, e foi colocada entre a Casa Museu José Régio, a Biblioteca Municipal e o liceu, espaço emblemático da cidade intimamente ligado ao percurso diário do poeta.

Com que argumentário se pode legitimar um acto assim? O monumento ficou em estado deplorável, exigindo um milimétrico restauro; não sei mesmo se será já possível a devolução integral da sua autenticidade... Esta escultura, além de homenagear Régio, era também, em termos simbólicos, um elogio às valências da Leitura Pública e às luzes do trabalho da criação literária - valores esses agora brutalmente abusados por um vandalismo que só pode mesmo merecer o nosso repúdio. Que tempos são estes em que tão baixo desce o género humano no caminho da ruína do meio ambiente e da degradação do património cultural?

Vítor Serrão, Santarém

Giorgia Meloni

Parece que, segundo o que por aí se afirma, Giorgia Meloni e todos os seus apaniguados que comungam a mesma mesa e iguais costumes são catalogados politicamente de extrema-direita radical. Usam as premissas dos valores democráticos para, depois, os caldearem a seu bel-prazer, tal como estando belo dia de sol afirmarem com toda a ‘candura’ demoníaca que está uma tenebrosa noite de breu.

Vejam atentamente, meus caros amigos, leitores e companheiros da palavra escrita, quem foram os ‘familiares’ que rejubilaram com esta ‘democrática’ vitória. Finalmente, verificou-se de que a teoria dos extremos se tocarem, se materializou com a vitória de Meloni.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

​Lares ou depósitos

Seja ou não um caso isolado, a existência de um caso de negligência na falta de cuidado a uma idosa num lar do Algarve não deixa de ser chocante perante as imagens televisivas que nos sensibilizam, deveriam envergonhar-nos enquanto portugueses e são certamente o espelho de outras situações de abuso que ocorrem neste país, reflectindo a inoperância das entidades fiscalizadoras.

É preciso ter-se coragem para denunciar estas ocorrências lamentáveis que tem lugar em muitos supostos lares portugueses onde são depositados os nossos idosos, como se fossem descartáveis, e onde em muitos não existe um tratamento cuidadoso por parte de quem tem o dever de cuidar, quando são cobrados valores que era suposto garantirem o conforto dos mesmos.

A falta de respostas institucionais no acolhimento a idosos podem estar na origem da proliferação de lares ilegais, onde os valores cobrados estão em primeiro lugar do que os direitos dos idosos respeitados, e podem explicar o porquê da ausência de uma fiscalização mais actuante.

Américo Lourenço, Sines

Aluno plantou oásis

Um jovem fez uma coisa excepcional numa escola (que devia ser feita em todas as escolas), que foi destruída. Porque o PÚBLICO não põe na notícia - “Um aluno plantou um ‘oásis’ de biodiversidade dentro da escola. Agora, não resta quase nada” - o email deste Guilherme Ramos para o podermos ajudar?

Neste caso penso que há muita gente com vontade de ajudar. Dar umas sementes, um sacho, um balde, luvas, uns euros, etc. etc.

Cristin Lynce, Carcavelos

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