Cartas ao director

Várias perguntas

1) Toda a gente reconhece a importância cada vez maior da problemática da sustentabilidade ambiental. Não devia a disciplina de Cidadania no ensino secundário concentrar-se nessa problemática? E, em cada canal de televisão não deveriam os cinco minutos antecedentes de cada telejornal ser dedicados a ela para sensibilizar os telespectadores?

2) Tudo indica que as secas vão repetir-se e agravar-se. Não seria de encarar a dessalinização para aproveitamento da água do mar?

3) Fala-se agora na hipótese de construção do novo aeroporto em Santarém. Mas, para além da distância não haverá um grande custo da construção de uma nova auto-estrada, porque a auto-estrada do Norte já está sobrecarregada?

4) Em Lisboa e no Porto deveria haver parques de estacionamento na entrada das cidades, como sucede no estrangeiro. Não será isso uma forma de aliviar os engarrafamentos e a poluição no centro das cidades?

Jorge Miranda, Lisboa

Globa-li(za)ção

Bem-vindos ao mundo “completamente aberto” económica e socialmente como muitos defendem. Os resultados saltam à vista. A nível económico estamos expostos a uma vulnerabilidade perigosa, a nível ambiental conduz-nos a um desastre sem precedentes.

Para aqueles que argumentam que se o Ocidente durante décadas teve o “direito” a poluir para se desenvolver porque não terão esse mesmo direito todas as outras economias emergentes? O “pequeno grande detalhe” é que esse Ocidente fortemente industrializado até à década dos anos 70 do século passado por razões económicas produzia essencialmente só para essa parte do mundo mais rico. A partir daí, com a produção deslocalizada e a dita globalização totalmente aberta, a Ásia, com salários baixos e exigências ambientais quase inexistentes, transformou-se na fábrica do mundo. O nível de poluição global só poderia atingir níveis catastróficos.

Em termos sociais, porque estará esta nova geração (a mais bem preparada de sempre na Europa) tão renitente quanto ao seu futuro? As consequências saltaram à vista, o recém-eleito presidente Macron obteve apenas na primeira volta 27% dos votos. Na Suécia, Itália, Espanha a “extrema-direita” cresce a passos largos. Toda a “desinformação” dos media chocam com a realidade dos jovens. Nunca fui contra a globalização, mas sim contra este “modelo de globalização” pois considero-o “insano”, por razões económicas, sociais e ambientais.

Fernando Ribeiro, S. João da Madeira

A desmistificação do Exército russo

É o que já estamos a dever à Ucrânia, pois está a desfazer o mito de que o Exército russo é todo poderoso. Afinal de contas está-se a verificar que mesmo com “ferramentas” inferiores os ucranianos estão a bater o pé. Isto leva-me (na qualidade de europeu) ao seguinte raciocínio: o que precisamos é de um Exército europeu, Ucrânia incluída, porque a Nato depende dos interesses americanos e dos humores do presidente em exercício.

Quintino Silva, Paredes de Coura

Efeito Itália

“Resultado abre caminho à mudança em Portugal”. Quem o diz?, quem havia de ser? I líder do Chega, André Ventura, sobre a vitória da coligação da extrema-direita em Itália. Bom, para já isso não irá acontecer no nosso país, agora que é um avis muito sério para o Partido Socialista e para o PSD. A brincar, a brincar, André Ventura já é o líder do terceiro partido mais votado. E em política, como aconteceu em Itália com o “Furacão Meloni”, para bom entendedor, meia palavra basta...

Tomaz Albuquerque, Lisboa

O metro em Campo de Ourique

Não vivo nem vivi em Campo de Ourique mas li a crónica de Betâmio de Almeida no PÚBLICO e, como ele, sou engenheiro e gosto de poesia. Talvez por isso gosto de Campo de Ourique, que é uma aldeia dentro desta outra grande aldeia que é Lisboa. Tem vida e personalidade própria e quem lá vive - tenho amigos que sim - vivem-na como sua. Pode-se lá viver uma vida sem nunca sair que nunca nada lhe faltará. Tem um belo jardim onde crianças - que ainda não contam - e velhos (agora diz-se idosos) - que já não contam. Por isso as obras do Metro querem feri-lo, se não de morte, certamente com sequelas para a vida. Não falta na ‘aldeia’ espaço para outras soluções, assim haja entendimento sobre o custo-benefício da Parada, qual o real valor do seu benefício para a população do bairro e qual o diferencial de custo da(s) alternativa(s) que a engenharia calculará. Verão que vale a pena escolher outro local.

Jorge Mónica, Parede

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