Medo de recessão arrasta barril de petróleo para menos de 85 dólares

Os receios de uma recessão económica a nível mundial e a valorização do dólar estão a penalizar os preços do petróleo.

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O preço do petróleo está em mínimos de Fevereiro deste ano Reuters/NTB SCANPIX

Os preços do petróleo continuam em queda livre nos mercados internacionais, a prolongar a tendência já verificada desde sexta-feira, numa altura em que os investidores receiam uma contracção da procura pela matéria-prima motivada por uma recessão económica a nível global.

Esta manhã, o barril de Brent, negociado em Londres e que serve de referência para o mercado europeu, chegou a cair mais de 1%, passando a desvalorizar, durante a tarde, cerca de 0,9% e a cotar em torno de 84,2 dólares, o nível mais baixo desde Fevereiro deste ano. Já o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, recua em torno de 0,8% e está a cotar na casa dos 78 dólares por barril.

Dois factores explicam este movimento. Por um lado, os investidores temem que a subida das taxas de juro impostas pelos bancos centrais para dar resposta à inflação possa levar a um abrandamento ou mesmo recessão económica, o que levará a uma queda da procura por petróleo.

Por outro, a valorização recente do dólar também penaliza a procura, já que obriga os compradores que usam outras moedas a gastarem mais para adquirir petróleo. Esta manhã, o índice que compara o dólar com outras seis das principais moedas a nível mundial está a subir para novos máximos históricos.

Perante este cenário, as atenções dos mercados começam a virar-se para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), cujos membros, juntamente com os países aliados liderados pela Rússia, irão reunir-se no próximo dia 5 de Outubro. As expectativas apontam para que a organização decida cortar a produção, numa tentativa de estancar a queda dos preços ao limitar a oferta.

Contudo, essa poderá não ser uma medida suficiente, já que, por esta altura, os países da OPEP já estão a produzir abaixo das metas que tinham sido estabelecidas para este ano, o que significa que voltar a cortar a produção poderá não ter um impacto significativo sobre os preços.

Preços dos combustíveis descem

Esta descida dos preços do petróleo deverá ter um impacto sobre o custo dos combustíveis, que, em Portugal, já tem vindo a reduzir-se nas últimas semanas.

Este domingo, de acordo com os dados mais recentes da Direcção-Geral de Energia e Geologia, o preço médio do litro de gasolina simples em Portugal Continental era de 1,688 euros, enquanto o do gasóleo simples se fixava em 1,747 euros. No caso da gasolina, este valor começa a aproximar dos preços médios que eram registados em Dezembro do ano passado, antes de a guerra na Ucrânia ter contribuído para o aumento acentuado dos preços dos combustíveis a que se assistiu nos últimos meses. Já o gasóleo mantém-se mais caro do que aquilo que se verificava antes da guerra, mas os preços deste combustível também têm vindo a descer de forma consistente nas últimas semanas.

E tudo aponta para que o alívio nos preços se mantenha ao longo desta semana. De acordo com os dados levantados pelo Jornal de Negócios e pelo Eco, os preços médios da gasolina e do gasóleo deverão cair em torno de um cêntimo por litro nesta segunda-feira.

Notícia alterada com os valores actualizados do Brent e do WTI.

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