Três adeptos fora dos estádios por intolerância no Estoril Praia-FC Porto

Os visados podem ser punidos com coimas entre os 1.000 e os 10.000 euros.

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O Estoril-FC Porto foi palco de acontecimentos pouco dignos nas bancadas Reuters/PEDRO NUNES

Os três adeptos do Estoril acusados de intolerância com apoiantes do FC Porto estão impedidos de entrar em estádios, devido aos incidentes no encontro entre os dois clubes para a I Liga de futebol, em 16 de Setembro.

Em comunicado, a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD) deu nesta segunda-feira conta da decisão proferida na semana passada, relativamente ao caso dos insultos a um homem, com uma criança ao colo, ambos vestidos com camisolas do FC Porto, que terão sido objecto de cuspidelas enquanto se encontravam numa zona da bancada destinada aos adeptos anfitriões.

“Os três adeptos do Estoril identificados pela GNR, a propósito dos incidentes do jogo Estoril Praia-FC Porto de 16 de Setembro, estão já proibidos de entrar em recintos desportivos. Os suspeitos foram notificados pela PSP da decisão da APCVD, que impõe medida cautelar de interdição de acesso a recintos desportivos, e assim aguardarão a conclusão do respectivo processo de contra-ordenação”, lê-se na referida nota.

Estes três indivíduos podem ser punidos com coimas entre os 1.000 e os 10.000 euros e com pena de interdição de acesso a recintos desportivos até dois anos.

Na sequência do incidente ocorrido no recinto cascalense, e segundo apurado pela APCVD, o pai e a criança com a camisola do FC Porto, vítimas de actos de intolerância, mantiveram-se na mesma bancada, ainda que com a necessidade de os deslocar alguns metros para manter salvaguardada a sua integridade física.

Criança e pai continuaram assim com a camisola do respectivo clube, acolhidos entre adeptos do Estoril, que se demarcaram dos actos de intolerância ocorridos e mostraram indignação ante os mesmos.

No dia seguinte, o Estoril Praia lamentou o ocorrido, condenando “todo e qualquer ato de violência, seja ele de que natureza for”.

“Lamentamos profundamente a situação vivida pela filha do adepto do FC Porto no Estádio António Coimbra da Mota, pedindo-lhe desculpas e desejando que nunca deixe de apreciar a verdadeira essência do Desporto. Condenamos as atitudes de quem não consegue controlar as suas emoções e permite que atitudes provocatórias de supostos adeptos de futebol se transformem num momento lamentável de agressividade que não tem lugar num estádio de futebol”, lê-se no comunicado do emblema cascalense.

O Estoril rematou a nota disponibilizando-se “para continuar a colaborar com as entidades competentes na procura das soluções adequadas que possam impedir este género de episódio de voltar a ocorrer num recinto desportivo”.

Antes, já o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, e o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, tinham repudiado este incidente.

Esta foi a segunda vez no espaço de uma semana que tanto o secretário de Estado da Juventude e do Desporto como o presidente da LPFP lamentaram incidentes ocorridos com adeptos em estádios da I Liga.

Em 10 de Setembro, uma criança foi obrigada a despir uma camisola do Benfica no estádio do Famalicão, por se encontrar, juntamente com o pai, numa bancada com maioria de adeptos locais.

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