Um homem de 41 anos ficou em prisão preventiva por sequestrar e violar duas jovens em Lisboa, informou esta quinta-feira a Polícia Judiciária (PJ), acrescentando que o suspeito é reincidente no crime de violação.

“A Polícia Judiciária, através da Directoria de Lisboa e Vale do Tejo, procedeu à identificação e detenção fora de flagrante delito de um homem, com 41 anos de idade, pela prática de crimes de sequestro, violação, coação e coacção sexual sobre duas jovens com 19 e 16 anos de idade”, indicou a PJ em comunicado, adiantando que os factos ocorreram no sábado passado na residência do suspeito, local para onde levou as vítimas, “lhes coarctou a liberdade e as submeteu à prática de vários tipos de actos sexuais”.

“Fazendo uso da sua superioridade física, com agressividade e violência, submeteu as vítimas a horas de terror que terminaram quando uma delas conseguiu que a deixasse sair de casa sob o pretexto de garantir géneros e outros bens para todos, vindo a pedir socorro”, refere a PJ.

Tudo se passou na Alta de Lisboa. Sem residência fixa, as raparigas tinham um historial de institucionalização. A mais velha tinha estado institucionalizada, situação em que a mais nova ainda se mantinha. E tinham entre si uma relação de namoro. O suspeito, que faz biscates na construção civil, atraiu-as a sua casa no final da semana passada e tudo parecia estar a correr bem até começar a beber. Tirou-lhes os telemóveis, fechou uma delas na arrecadação e começou a violá-las à vez, durante seis ou sete horas, já na madrugada de sábado. Foi já à hora de almoço desse dia que a vítima mais velha se queixou de estar com fome. Usando a rapariga mais nova como garantia, uma vez que a mantinha sequestrada, o homem deixou-a ir comprar comida e tabaco.

Assim que se apanhou na rua a jovem avisou a PSP. Mas a captura do suposto agressor não se revelou fácil. Quando a polícia lhe bateu à porta escapou por um escadote com a rapariga mais nova até outro apartamento no mesmo prédio que se encontrava devoluto. Por fim, acabou por libertar a vítima, tendo então assegurado às autoridades que todo o relacionamento sexual tinha sido consentido e que a queixa tinha sido motivada apenas por ciúmes por parte da rapariga mais velha.

As jovens foram submetidas a perícias no Instituto de Medicina Legal. E o detido, que já cumpriu, por duas vezes, penas efectivas de prisão pelos crimes de roubo e de violação - assaltava mulheres e violava-as - foi presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.