Uma grávida, comandantes do batalhão Azov e dez estrangeiros: Rússia e Ucrânia fazem a maior troca de prisioneiros

Esta foi a maior operação do género desde o início da guerra. Responsáveis do batalhão Azov permanecem na Turquia até ao final da guerra.

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Foram libertados mais de 200 prisioneiros ucranianos Reuters/STATE SECURITY SERVICE OF UKRAIN
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Prisioneiros de guerra à chegada à base aérea de Chkalovsky em Moscovo Ministério da Defesa da Rússia
Prisioneiros ucranianos regressam a casa
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Comandantes do batalhão Azov incluídos nesta troca Reuters/Coordination Headquarters for Tr
Muitos destes combatentes estiveram em Azovstal e Mariupol
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Muitos destes combatentes estiveram em Azovstal e Mariupol Reuters/Coordination Headquarters for Tr
Foi a maior troca de prisioneiros desde o início da guerra
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Foi a maior troca de prisioneiros desde o início da guerra Reuters/Coordination Headquarters for Tr
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Imagens mostram momentos de reunião com as tropas ucranianas Reuters/Coordination Headquarters for Tr
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Foram também libertados 55 soldados russos Reuters/Coordination Headquarters for Tr
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Uma das prisioneiras está grávida de oito meses Reuters/Coordination Headquarters for Tr

Rússia e Ucrânia trocaram quase 300 prisioneiros na noite desta quarta-feira, naquele que é já o maior acordo entre as duas nações para libertações conjuntas desde o início da guerra. Neste grupo de combatentes estão maioritariamente soldados que participaram na longa defesa de Mariupol ​e do complexo metalúrgico e siderúrgico de ​Azovstal.

Foram libertados com 215 ucranianos pelo lado russo em troca da libertação, pela Ucrânia, do milionário ucraniano Viktor Medvedchuk, aliado próximo do Presidente da Rússia. Cinco oficiais do batalhão Azov foram, por outro lado, trocados por 55 soldados russos, segundo a Europa Press.

O Quartel-General de Coordenação para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra da Ucrânia publicou uma lista que contém os nomes dos prisioneiros ucranianos libertados. Deste grupo fazem parte chefias do batalhão Azov, bem como Kateryna Polishchuk – paramédica ucraniana que ficou conhecida como “pássaro” pelas músicas que cantava aos combatentes – e ainda Maryana Mamonov, médica que está actualmente grávida de oito meses. O paradeiro de Maryana era desconhecido até esta libertação, com as últimas informações a indicarem que teria sido presa pelos russos na região de Donetsk.

No que diz respeito aos prisioneiros estrangeiros, contam-se dois soldados britânicos e um combatente marroquino que tinham sido condenados à morte após serem capturados na Ucrânia.

Foram ainda libertados mais três cidadãos britânicos, dois norte-americanos, um croata e um sueco, adiantou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa publicação no Twitter.

Zelensky diz que esta operação estava a ser preparada há muito tempo e envolveu negociações intensas, mediadas pela Turquia e pela Arábia Saudita. Dos 215 ucranianos libertados, 108 são combatentes que estiveram na Azovstal, segundo o chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak citado pelo diário britânico The Guardian.

Kiev já tinha proposto antes a Moscovo que libertasse prisioneiros ucranianos em troca de Medvedchuk, aliado próximo do Presidente russo (que é padrinho da filha do milionário ucraniano). Medvedchuk foi​ preso na Ucrânia por “alta traição” antes da guerra. Fugiu da prisão domiciliária no dia da invasão russa, sendo preso de novo quase dois meses depois pelas autoridades ucranianas.

Por outro lado, os cinco comandantes do batalhão Azov presentes no grupo de libertados pela Rússia vão permanecer fora da Ucrânia até ao final da guerra, depois de um acordo assinado com a Turquia.

“Em consonância com os nossos acordos com Recep Tayyip Erdogan [Presidente turco], os cinco comandantes Azov libertados vão permanecer em condições confortáveis na Turquia até ao final da guerra. Vão poder ver as as suas famílias. Agradeço sinceramente ao Presidente Erdogan pelo seu papel de liderança na libertação da nossa gente”, escreveu Zelensky esta quinta-feira. Num segundo post no Twitter, Zelensky agradeceu também ao príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman o seu papel na mediação do acordo para a troca de prisioneiros.

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