Uber, Glovo e Bolt unem-se numa associação empresarial
Empresas dizem que o sector “tem de ser adequadamente percebido e devidamente considerado pelos poderes públicos e centros de decisão”. Formação da Associação Portuguesa das Aplicações Digitais surge numa altura de mudanças legislativas.
A Uber, a Glovo e a Bolt decidiram formar uma frente comum na vertente empresarial, estando neste momento em processo de formalização da Associação Portuguesa das Aplicações Digitais (APAD). O objectivo, segundo um comunicado enviado às redacções, é o de “agregar e representar os principais operadores do sector das plataformas digitais a desenvolver actividade em Portugal na defesa dos seus interesses em comum”.
A APAD, que surge num contexto de alterações legislativas do sector (a Agenda do Trabalho Digno, que envolve os estafetas, está a ser discutida no Parlamento, e a lei dos TVDE vai sofrer mudanças), sugere estar mais ligada ao sector das entregas ao domicílio, nomeadamente devido aos representantes das empresas que estão envolvidos nesta iniciativa: David Ferreira da Silva, responsável da Bolt Food em Portugal; Joaquin Vazquez, director-geral Glovo em Portugal; e Diogo Aires Conceição, director-geral da Uber Eats em Portugal.
O PÚBLICO questionou a APAD sobre se esta também representará a actividade das plataformas electrónicas de TVDE, tendo fonte oficial respondido que a APAD “pretende ser a associação das plataformas digitais a operar em Portugal, pelo que tratará de temas relacionados com o sector. Estes incluem as entregas ao domicílio, mas também outras áreas”. A Free Now, uma das três maiores empresas de TVDE a operar em Portugal, não está presente. Questionada sobre esse facto, a mesma fonte respondeu que a associação, “no futuro, poderá vir a ter mais associadas, mas é ainda prematuro abordar esse tema”. Para já, não há também “uma presidência ou um porta-voz, sendo todas as suas posições consensualizadas entre as três entidades fundadoras”.
“As plataformas digitais ganharam ao longo dos últimos anos um assinalável peso e importância na economia portuguesa”, refere a nova organização no seu comunicado. “Tendo isto em conta”, acrescenta-se, “os principais operadores do sector sentiram a necessidade de criar uma estrutura associativa capaz e habilitada para defender e representar, a uma só voz, os interesses e expectativas comuns do universo de empresas a desenvolver a sua actividade em Portugal”. Este sector, defende-se, “tem de ser adequadamente percebido e devidamente considerado pelos poderes públicos e centros de decisão, tendo em conta as suas inúmeras e distintas especificidades”.