Comissão Europeia: “Putin não está interessado na paz, só está interessado numa escalada da agressão”

Porta-voz da Comissão garante que a UE “continuará a apoiar a Ucrânia na legítima defesa da sua soberania, independência e integridade territorial pelo tempo que for preciso”.

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Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia Reuters/VALENTYN OGIRENKO

O anúncio de uma mobilização militar parcial feito na manhã desta quarta-feira pelo Presidente da Rússia, é “um sinal claro de que Putin não está interessado na paz, mas antes numa escalada da sua guerra de agressão contra a Ucrânia, contra a Europa e contra a ordem internacional, com consequências muito perigosas para todo o mundo”, reagiu um porta-voz da Comissão Europeia.

“A União Europeia continuará a apoiar a Ucrânia na legítima defesa da sua soberania, independência e integridade territorial pelo tempo que for preciso”, assegurou o porta-voz para as matérias de política externa, defesa e segurança da UE, Peter Stano. “Os ucranianos também estão a lutar pelos nossos valores e princípios”, acrescentou.

Com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a maior parte dos chefes de Estado e Governo da UE reunidos em Nova Iorque, para a Assembleia Geral da ONU, as primeiras discussões informais sobre a resposta dos 27 ocorrerão do outro lado do Atlântico. “Estas acções vão naturalmente ter consequências”, garantiu Peter Stano.

Segundo o porta-voz da Comissão, as discussões abordarão os desenvolvimentos dos últimos dias: a descoberta de novas provas de atrocidades e crimes de guerra cometidas pelas forças russas na Ucrânia, a convocatória de pretensos referendos para a anexação das autoproclamadas repúblicas separatistas à Rússia; e o anúncio da mobilização militar feito pelo Presidente Putin. “Todos estes aspectos fazem parte das discussões entre os Estados-membros”, assinalou.

Para Bruxelas, estes desenvolvimentos são “mais um sinal do desespero da Rússia” pela forma como está a correr a sua campanha na Ucrânia. “Em vez de contribuir para soluções para esta crise, Putin aposta no aprofundamento da crise”, criticou Peter Stano, lembrando que a invasão da Ucrânia está a provocar uma crise alimentar e uma crise energética a nível global.

O porta-voz criticou ainda as ameaças veladas de utilização do arsenal nuclear pela Rússia, avisando para os riscos e as “consequências imprevisíveis” para todo o mundo. “Putin continua a jogar com o elemento nuclear e a usá-lo no seu arsenal de terror. Este comportamento é perigoso e totalmente inaceitável”, disse.

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