Europa
"Não quero ser carne para canhão". As imagens dos protestos contra a mobilização militar na Rússia
Os cidadãos russos reagiram ao anúncio de mobilização militar de Putin. Descontentes, saíram em protesto em vários pontos do país, mas a polícia rapidamente entrou em acção. Pelo menos mil pessoas foram presas.
Após Putin anunciar uma mobilização parcial de reservistas para a guerra na Ucrânia, vários cidadãos russos saíram à rua em protesto. De acordo com o OVD-Info, um projecto russo independente que monitoriza os protestos que decorrem no país, a polícia de Moscovo fez detenções em pelo menos 38 cidades.
“Às 18h36 [19h36 em Portugal], já havia mais de 1113 pessoas detidas em 38 cidades”, comunicou a organização, citada pela agência Lusa. As primeiras detenções aconteceram horas depois do anúncio do líder russo e, esclarece o Moscow Times, os primeiros protestos terão surgido na Sibéria e no Leste do país. "Não quero ser carne para canhão", disse um dos manifestantes ao jornal russo.
Num discurso de 15 minutos, Putin comunicou que os objectivos estão a ser cumpridos e que “o fim [da guerra] está próximo”. O Presidente anunciou também que tinha sido imposta uma mobilização militar parcial para o conflito, que se destina aos “cidadãos que se encontram actualmente na reserva e, sobretudo, àqueles que serviram nas Forças Armadas". De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, isto aplicar-se-á a 300 mil pessoas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, adiantou que o Governo vai determinar que cidadãos serão dispensados, mas o ministério da Defesa russo esclareceu que os estudantes e recrutas não vão ser chamados "sob nenhuma circunstância".